Nerola,Itália... 

É hora do almoço.

Lojas e o pequeno comércio por lá são fechados das 13hs às 16hs.

Velhos descansam , crianças fazem seu  soninho vespertino...

 Giuseppino, no entanto, inválido de guerra,viúvo, triste e cada vez mais em meio à solidão, espera ansiosamente  as badaladas do relógio...

 Espera aquelas tristes,que marcam e anunciam a morte de alguém da cidadezinha, que já conta com mais população nos cemitérios do que entre os vivos... 

Quando estas tocam, sabe que dentro em breve poderá ver de suas janelas, o cortejo passar...Verá gente!

 Espera ainda as badaladas que marcam as 16 horas e com elas, os  barulhos das grades de ferro do armazém, farmácia e lojas que serão levantados, e em seguida, o plac, plac, plac, dos passos das donas de casa que, com suas sacolas já seguem para as compras para preparar o jantar  e no caminho, passam por baixo de sua casa, falando alto com as amigas, que o mesmo fazem.

 Assim passa o dia...

Depois teme as badaladas das 20 horas, quando novamente, impera o silêncio por lá.

Sabe que tudo assim se repetirá dias e mais dias e isso, há anos acontece, desde sua aposentadoria por invalidez..

Apenas por volta das 21 horas, chega sua filha que trabalha em Roma e antes de chegar na sua casa onde a família lhe aguarda, traz os provimentos e alimentação para a noite e dia próximo...

Sempre a mesma coisa...

Sempre as mesmas badaladas...

Apesar de tudo, é feliz em poder ouví-las...





Imagem TUMBLR
Rejane Chica
Enviado por Rejane Chica em 25/05/2010
Reeditado em 25/05/2010
Código do texto: T2278154
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