Conhecendo a família da (ex)namorada

Existem pessoas que são verdadeiros imãs para situações embaraçosas. Com certeza ele era uma dessas pessoas, pois sua vida era mesclada de epsódios assim.

Estava naquela fase boa. Início de relacionamento. Tudo é lindo, defeitos não existem. Se ele arrota ela acha divertido. Se ela tem gases ele acha uma gracinha – até o cheiro ele elogia: nossa amor, nesse você caprichou. Parabéns.

Acontece que chega uma hora no relacionamento em que as famílias devem ser apresentadas. E foi assim que tudo aconteceu: amor, já está na hora de você conhecer os meus pais. O que você acha? É claro que na cabeça passava a idéia: putz, que merda ...isso tá ficando sério. Mas a boca de um homem apaixonado o trai e ele completa: claro, amorzinho. Quando você quiser.

Nesse ponto o homem está literalmente ferrado. Não tem como escapar, a não ser que diga que foi convocado para guerra (não importa onde, guerra sempre tem mesmo).

Chega o catastrófico dia.

A moça toda cheirosa e arrumada abre a porta com um imenso sorriso e lhe tasca um beijo de fazer estremecer o “menino”. Concentração!!!! Haja concentração para manter o jogador fora do campo de ataque. O pai lança aquele olhar de “seu filho da puta comedor da filha que criei com tanto amor” e esboça um sorriso forçado pensando na série de perguntas que serão feitas ao futuro (argh!) genro. A mãe tenta ser educada e deixá-lo à vontade (mulheres tem essa tendência de apaziguar conflitos), mas no fundo passa pela sua cabeça: será que ele terá condições de dar uma vida digna a minha filha?

Bom ...a primeira vez a gente nunca esquece. E essa foi, de fato inesquecível.

Em certo momento ele sentiu um terromoto dentro de si, como se as tripas estivessem a ponto de se romper e liberar merda pra tudo que é lado. Deu uma apertada no rabo e começou a suar frio. A namorada olha preocupada e questiona se está tudo bem. Ele mal balbucia um sim e pergunta: onde fica o banheiro?

Putz ...cagar na casa da namorada na primeira vez que vai conhecer a família não faz parte do protocolo, mas numa situação dessa, antes cagar no banheiro do que na sala e na frente de todo mundo.

Em passos apertados ele vislumbra a imagem do banheiro e como nesses filmes que assistimos um feixe de luz ilumina a tão almejada privada. Desceu as calças e não pensou duas vezes .... encostou a bunda e já foi logo espirrando tudo que havia dentro de si. Enquanto estava sentado na privada ficava pensando: que será que eu comi que fez isso comigo? Na verdade nem se lembrava direito, posto que havia se empanturrado nas festinhas pelas quais passou. No entanto seus pensamentos foram interrompidos, pois ao olhar para os lados: cadê o papel higiênico?

Começou a suar frio novamente pensando no que faria pra se limpar. Naquele momento um “diabinho” deve ter soprado a cretina idéia em seu ouvido. Só pode ter sido, pois uma idéia dessas só pode ser obra do mal. Olhou para a pia e pensou: hummm ...ela não é muito alta, dá pra eu lavar a bunda ali. Num contorcionisto duvidoso tentava enfiar a bunda em cima da pia. Subiu na privada. Era água respingando pra todos os lados e deste modo o habilidoso rapaz escorregou a mão, caiu e quebrou a privada (e a própria bacia).

O barulho foi tão grande que todos da família correram para o banheiro. Se bosseasse até as vizinhas estariam ali pra ver o fato inusitado. Ele ali, caído no chão, com a bacia quebrada e a privada tombada. Calças arriadas e ainda sujo da merda maldita, fruto de sua humilhação.

A porta do banheiro teve que ser arrombada e o “cagão" foi socorrido pelos pais da (ex) namorada, que calada o acompanhou até o hospital. Depois desse dia ele nunca mais ouviu falar da menina. Em algum momento ele deve ter pensado: antes tivesse cagado na sala. Na certa ainda estaria namorando.