Ainda há tempo
Há muito tempo, eu me pergunto; Há muito tempo me divirjo, mas sempre me reencotro e me respondo tudo o que só eu sei ou julgo saber.
Quando será que o tempo começou a passar? Nunca! O tempo fica ali rindo de mim, e o espelho em conlúio. Eles riem porque sabem que só eu passo, que eu é que passo por eles, pelo espelho e pelo tempo e, enquanto eu passo, passam milhões pensando que o tempo é que passa.
Passos passantes, apressados, indo pra lugar nenhum em busca da única certeza que todos sabemos qual é.
Ninguém, tampouco eu, sabe, que em todos os momentos possíveis
e imagináveis, estamos num ponto equidistante entre o passado e o futuro, ou seja; não haverá mais tempo pra passar do que o que já passou. Então há um paradoxo; o tempo passa mas não passa. E ai é que
a porca torce o rabicó. Como é que algo que não tem tamanho, textura,
Cor, peso, forma ou qualquer sentido, pode passar por algum lugar? Na
Verdade, o que existe mesmo é um presente contínuo, tão fugáz, que,
por pouco, ele mesmo não existe, aliás, nem se sabe se esse tal presente existe mesmo de fato. O fato é que quando damos por nós já
é passado pra nossa pele, pros nossos pelos, pros nosssos apelos e
que Deus nos acuda a tempo.