ESCREVER OU NÃO ESCREVER...

Escrever ou não escrever, eis a questão...

Difícil escrever quando os nossos pensamentos e ideias passam em nossas mentes a mil por hora, como se fossem números de uma roleta russa esperando que a rotação perca a força para serem escolhidos, assim como é quando escolhemos um assunto para nos dedicar.

Pensamos no que estamos sentindo, em quem vai ler, como será entendido, ação e reação que isto pode causa, se seremos “absolvidos” ou “condenados”... Para isso não há previsão ou há?

Será preciso ser gênio? Basta ser esforçado? É questão de treino? Talvez seja um talento nato sem explicação. Como saber sem fazer? Sem “arriscar-se”? Não arriscar é paralisar-se, não sair do lugar, não buscar recurso, curso, não ter onde chegar. Geralmente que gosta de escrever gosta de ler. Saber do mundo o que se anda fazendo. Tem coisas que mudam num piscar de olhos, como a tecnologia. Outras coisas custam a mudar, como os direitos humanos, política ambientam, é uma luta de anos.

É preciso saber acompanhar o status dos acontecimentos para então formular uma opinião própria, não se preocupando em modificar a opinião alheia. Por mais que tentemos ser imparciais, seremos um tanto tendenciosos, manipuladores, convincentes, argumentadores de uma causa, afinal nossa opinião vai carregar meu estado emocional, intelectual daquele momento. Agora, si vão concordar com este ou aquele ponto de vista...é decisão individual e intransferível. Isso chamamos de livre arbítrio. Ainda bem! O leitor pode até desistir de ler até o fim e ver uma série mais fácil de deglutir, sem pensar demais.

O mundo de hoje é global. Fala-se de tudo, fala-se para todos, tem-se acesso quase irrestrito, leitura boa ou ruim, fofoca, reportagem, noticia séria ou "fake news", liberdade de expressão dizem. Mesmo quando estamos nas redes sociais, só olhando fotos e legendas, estamos lendo, sentindo, formando ideias em nossas mentes. Escrever já não é tão simples assim, quando se posta uma foto no Instagram, na maioria das vezes se demora mais em decidir a legenda do que a foto que vai ser postada.

Ler também precisa de certo crivo ou estômago. Sem o devido cuidado podemos tomar para nós certas verdades, que em pouco tempo não mais serão e as certas decisões baseadas nessa "inocente" leitura pode ser um put* gatilho, nem sempre poderemos desfazer o feito sem danos. Foi escrito, postado, caiu na rede...para sempre haverá o tal registro.

Escrever, ah escrever... Não há garantias de de agradar, seguir padrões, que padrões? Língua culta, letras de funk, tudo parece permitido, mas...ah se alguém disser que está feio, errado, politicamente incorreto. A análise é tão subjetiva quanto a nossa escrita. Todos buscam algo ou alguém que avalize o que produzimos, com comentários e "likes" e visualizações. Cada caso é um caso.

Escrever ou não escrever eis a questão. A questão é acreditar em você, seja como for, o processo é de aprendizado constante, ninguém nasce pronto, ninguém é perfeito, ninguém está sempre certo. Cada texto, poesia, legenda é um anúncio, uma propaganda de quem você é ou quer ser, então permita-se errar. Cometa gafes, peça desculpas discretas, assuma-se como principiante da vida todo dia, somos todos principiantes. Não há ser vivente que seja onipotente, não espere agradar a todos ou ter deles a benção completa. Se quiser ser o “Fulano” famoso com o “Shakespeare” ou “Pessoa” como o tal Fernando, ou “Amado” como o tal Jorge, você está em uma missão impossível, porque esses já foram imortalizados pela própria obra, morto só o autor, viva a obra. Trave sua própria batalha, seja apenas você mesmo. Exponha-se, se conheça e reconheça constantemente, se torne ignorante de si mesmo. Somos seres mutáveis. Use o bom senso sem restrição, seja então Pessoa Shakespeare Amado Meireles da Silva.

GABI BORIN
Enviado por GABI BORIN em 01/06/2010
Reeditado em 06/07/2022
Código do texto: T2292407
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