EM TEMPO DE COPA: ESCOLA FUTEBOL CLUBE

Escola e futebol? Tudo a ver. Por quê? Ora, porque a escola é um perfeito campo! E nela, diariamente, diga-se de passagem, pratica-se um jogo dos mais complexos! E nesse clube não falta ninguém! Tá todo mundo lá! Cartolas? Os dirigentes. Técnicos? Os professores. Jogadores? Os alunos. Estes, por sua vez, divididos em vários times. Time A, time B, time C. E como tem time! Falta pouco pro time Z. Ai, Jesus acuda! E na torcida, naturalmente, os pais. Alguns reclamando, outros aplaudindo...

Os jogadores são basicamente como os de verdade. Muitos são “cobra”. Levam o jogo a sério e serão grandes “artilheiros” na vida. Ganharão, certamente, muitas medalhas e aplausos da galera. Outros, não gostam da peleja. Infelizmente terão carreira curta. Alguns têm jogo duro. São “açougueiros” e dão muito trabalho com sua disputa violenta. Tem o “cabeça de bagre”, por exemplo, que não sabe jogar. Tem ainda o “pipoqueiro” que sempre evita lances mais duros pra não se machucar. Afinal, pra que se preocupar? Sempre há a prerrogativa de uma Progressão Parcial, ou uma prova de recuperação, não é mesmo?

E o “gandula”? Sem grandes ambições, ele se conforma com pouco. Contenta-se apenas em buscar e devolver a bola. Brigar pela “pelota”? Ah, passou longe dos seus planos. A pelota que conhece é só um zerinho de vez em quando. Mas quem é que liga pra isso, né? Vejamos... O “cera”! Ah, esse está sempre simulando uma contusão pra ganhar um tempinho. Normalmente entrega os trabalhos atrasados ou a mãe telefona pedindo ao técnico mais uns dias... Mais complicado que o “cera”? Sem dúvida, é aquele que catimba e emprega recursos pouco esportivos para enervar o adversário e tumultuar o jogo. Esse não quer nada com a dureza, tira o técnico do sério e deixa-o com uma vontade tremenda de aplicar uma penalidade máxima.

Os times também variam. Temos o “lanterna” que está sempre por último. Aquele que só joga na retranca e se fecha na defesa. Sem esquecer o “saco de pancada” que raramente ganha. Neste caso, os dois exigem muita paciência do clube inteiro e precisam de muito investimento para vencer a partida. Mas nada impede, é claro, que possam virar o jogo e surpreender pelo resultado. O clube inteiro torce por isso...

A diferença com o futebol é que na escola o salário pago não ultrapassa a altura da grama. E ninguém ganha “bicho”! O técnico? Coitado, para dar conta do treinamento tem que suar a camisa muito mais que os jogadores. Do contrário não atingirá a meta para a grande final, que nada mais é que o próprio jogo da vida. Por outro lado, esse mesmo técnico, é um sonhador por vocação. É sempre visto por aí, em seu uniforme, correndo de um lado, fazendo firulas pra sobreviver! Mas, aonde vai leva a flâmula da sua luta. É um guerreiro! Tem mais: geralmente é brasileiro, por isso mesmo não desiste nunca...

Agora, o bom mesmo do futebol na escola é quando ele fica no amistoso. Sem competição e jogo sujo. Aí, corre uma disputa sadia que não vale ponto e a equipe trabalha toda unida. Nesse caso, a conquista do caneco é garantida. A escola ganha o mais valioso título que não é nem penta, nem hexa, nem nada parecido. É sim, o título de campeã vitalícia no jogo mais difícil: a arte de educar!