Bibi e seus amigos pra lá de especiais

Finalmente chegou o dia, minha netinha sabe realmente, a importância de tomar a vacina H N 1, tem consciência do que este vírus é capaz e como é dolorosa a perda de alguém que amamos. No ano passado quando já estava terminando as férias do meio de ano passou por uma experiência dolorosa. Ela freqüenta uma escola de aprendizagem infantil , onde tem vários amiguinhos, pois é uma criança muito meiga e carinhosa. Nesta escola Bibi como costumo chamar minha netinha tinha um amigo que necessitava de cuidados especiais, e sentia muito carinho não só pelo fato dele precisar de cuidados especias, mas sim por que para ela ele era um amigo muito especial.. Ele era muito nervoso e de difícil trato com outras crianças, mas com a Bibi era diferente, quando se machucava ou fazia xixi nas calças ela é quem enxugava suas lágrimas. Andavam sempre de mãozinhas dadas e era o colo desta pequenina onde ele aquietava e encontrava o aconchego, ele não sabia falar, a professora Joice esta ensinando e também ai ela auxiliava, mas mesmo com a dificuldade de comunicação eles se entendiam as mil maravilhas construindo uma amizade muito linda. Foram seis meses de convivência que uniu o coração destas duas crianças. Bem como falei anteriormente quando já estava para recomeçar as aulas após as ferias de meio de ano, o pequeno Pedrinho que já possuía suas fragilidades foi fulminantemente atingido pelo vírus da gripe "H N 1” todos fomos pegos de surpresa com esta notícia trágica e dolorosa. Foi feita uma reunião para definir de que maneira iríamos abordar com as crianças esta tragédia ocorrida, todos preocupados de como as crianças da turma reagiriam. Optou-se por contarmos a verdade, pois as crianças de hoje são muito mais espertas e estão sempre mais atentas a tudo. A professora Joice se encarregou de contar para turma, mas nós sabíamos que a Bibi sentiria muito e seria necessário que ter uma conversa particular, sabíamos que seria difícil, pois ela sempre nos falava do amiguinho pelo qual demonstrava ter muito carinho. Minha filha não teve coragem de contar a ela e veio pedir que eu a auxiliasse, pois sozinha não conseguiria.

Não foi nada fácil não...

A dificuldade não estava em encontrarmos as palavras adequadas, mas porque sabíamos o quanto seria doloroso para ela, sendo ela uma criança sensível.

Estávamos certas, apesar de todo cuidado e delicadeza com que foi abordado o assunto ela chorou, e choramos juntas, ela chorou como nunca havia chorado antes, um choro sentido daqueles de soluçar. A dor tomou conta dela naquele momento, mas não foi qualquer dor "era dor da alma“, tão intensa que se queixou de sentir uma dor no peito; Aos prantos repetia “eu nunca vou esquecer-me do meu amigo do coração” rezamos como ela entregando ele nos braços de Jesus.

Naquela noite ela dormiu muito sentida, durante o sono sentíamos seus soluços. E passou-se uma semana e Bibi não parava de falar no amiguinho, sempre que lembrava aquietava-se em um cantinho e pelo seu rostinho caiam gotas cristalinas de saudades. As aulas começaram e ela não queria mais ir à escolinha e quando a convencíamos, recebíamos sempre um telefonema da tia Joice, pois Bibi não queria brincar, sentia-se mal com dores de cabeça e dores no peito.

Era tudo emocional... Ela não conseguia ficar, pois sentia muito a ausência de seu amiguinho especial. Foram meses difíceis de readaptação, ela andou literalmente para traz, mas felizmente recuperou-se. Recuperou a alegria a vontade de estar com os amiguinhos da turma, graças a Deus e aos méritos também de sua professora tia Joice que sempre muito paciente e compreensiva ajudou-nos nesta labuta. Gabriela nunca esqueceu seu amiguinho que esta sempre em suas conversas com Jesus. Deus amigo que sempre quer o melhor para nós e ela sabe que ele esta cuidando muito bem do Pedro Henrique que entende tudo que ele fala, cura todas as dores dele e o faz muito feliz. E hoje seu amiguinho faz parte do exercito de anjos do céu.

Com tudo que aconteceu ela tão pequena tinha uma preocupação. E perguntava vovó porque todos estão tomando a vacina e as crianças não? Era uma preocupação constante da Bibi, e a gente falava para não se preocupar, pois pagaríamos a vacina em um laboratório particular que ela não ficaria sem a vacina.

Mas ela não estava pensan do só nela...

Esta semana ela escutou a noticia pela TV e veio correndo nos contar e disse que queria tomar a vacina no postinho, muito feliz porque todos seus amiguinhos também serão vacinados.

Hoje Bibi não foi à aula por um motivo muito especial, tínhamos algo muito importante a fazer, tomar vacina. .Fui eu Bibi e a Duda seu bebe favorito que foi cuidadosamente arrumado por ela como um bebê de verdade e cuidadosamente colocado no carrinho de boneca. Saímos cedo e calmamente curtíamos nosso passeio, um dia que para muitas crianças pode não ter sido nada agradável para Bibi tenho certeza foi muito gostoso nosso dia de tomarmos a vacina. Estava uma tarde de inverno, mas com um solzinho gostoso e nós três passeávamos muito faceira, as pessoas se admiravam de ver uma vovó passear com sua netinha empurrando um carrinho de boneca, não é uma cena muito comum, mas sempre que possível gosto de passear com ela e suas filhota.

Hoje Bibi fazia questão que Duda estivesse junto para ver que não iria chorar para tomar a vacina porque a vacina protege as pessoas e todos têm que tomar para se proteger da Gripe HN1.

Foi incrível ela estava segura e mesmo vendo as outras crianças chorarem ela não teve medo. Quando chegou nossa vez ela sentou-se. A enfermeira a perguntou: Vó ela fica quietinha ou a senhora vai precisar segurar o braço dela? Olhei para ela, senti que estava segura.

Ela olhou-me e disse: não precisa vovó eu não estou com medo não vai doer nadinha. Tomou a vacina sem dar um ai. As enfermeiras ficaram admiradas da coragem de minha netinha. Quando saímos da sala e todos perguntaram.

Ela tomou a vacina?

Ela mesma respondeu satisfeita. Tomei sim e não doeu nada saiu do posto toda faceira com tantos elogios e parabéns por não ter chorado. Dava para ver em seus olhinhos o brilho de felicidade e satisfação por ser chamada de menina guerreira, forte e corajosa. Eu k,k,k,k,k... Já podem imaginar uma vó coruja orgulhosa.

No caminho de volta Bibi vinha cantarolando e conversando com Duda.

Viu como a mamãe é corajosa!

Agora vamos ao super mercado porque merecemos comer uma barra gostosa de chocolate branco. Podemos vovó?

Ela estava muito feliz por estar protegida deste vírus que para ela foi o monstro que a fez saber que a vida pode nos trazer momentos que nos fazem sofrer. Quando a mãe dela chegou do trabalho ela disse feliz:

Mãezinha agora todas as crianças vão ficar protegida, pois estão tomando a vacina.

Faceira começou a relatar com alegria tudo que aconteceu em nosso passeio até o posto contando de sua coragem enquanto se deliciava saboreando seu chocolate favorito.

Minha netinha amadureceu com perda de alguém muito querido, mas, continua sempre meiga, carinhosa e amiga principalmente, com aqueles que precisam de mais atenção aos quais protege como uma irmã mais velha. Quanto ao amiguinho não o esquece nunca, e acho que nunca o irá esquecer, ele tornou-se para ela seu anjinho amigo inesquecível que esta na morada do céu e intercede por ela junto do amigo especial que os dois têm em comum “O amigo chamado Jesus.”

Marilda Corrêa
Enviado por Marilda Corrêa em 03/06/2010
Reeditado em 03/06/2010
Código do texto: T2297480
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