A Copa do mundo de 2010 chegou.

A África do Sul está em festa. O mundo está em festa.

Aproxima-se o grande dia da festa de abertura da Copa do Mundo, onde se reúnem as melhores equipes de futebol de mundo. Turistas de toda parte da terra já chegam aos milhares. Hotéis lotam, comércio movimenta freneticamente.

As noites das cidades sedes ficam em polvorosa, tudo Será maravilhoso. Atividades culturais fervilham para atrair os turistas nos intervalos das partidas de futebol.

Será um mês de festa sem interrupção. E com sorte, mais um ou dois meses depois, na ressaca turística que deixam muito dinheiro no comércio. Mão de obra local será empregada para montar, desmontar, servir, acompanhar, carregar, construir, demolir.

Enfim, a vida fervilhará. Aliás, já começou a muito tempo atrás, desde a escolha da sede da copa de 2010. Obras, infra estrutura, apoio logístico, tudo se aqueceu nos últimos tempos, chegando ao seu pico ao aproximar o dia do início dos jogos. E toda a movimentação agora dá lugar ao atendimento aos visitantes.

Mas, sabemos que a África do Sul é um país enorme, de contrastes, de adversidades étnicas, com desigualdade social intensa.

Certamente que em recantos longínquos, nas comunidades isoladas de nativos, nem se ouvem falar de Copa do Mundo. O que será isso?

Lá, a pobreza absoluta continuará inalterada, como sempre foi, como será para a posteridade.

Etnias inteiras certamente que viverão alheios às borbulhas reinantes nas cidades sedes e suas imediações. A vida continuará como sempre foi ao longo de gerações, pelos tempos afora. Será que algumas dessas comunidades receberão algum grãozinho dos louros advindos do evento mais importante do esporte mundial?

Difícil imaginar. Mas de certo vale afirmar que para eles a vida continua lentamente e sem grandes acontecimentos. Talvez, com sorte ouvirão em algum dia que no seu país, que em determinada época houve um grande evento, trazendo milhares de pessoas de toda parte de mundo. Serão comentários de um acontecimento distante, ao qual apenas ouviram falar.

Estou me referindo à copa de 2010, mas quando acontecer aqui no Brasil, será a mesma coisa. Como temos pessoas dos mais distantes torrões, que sequer sabem o nome do presidente, não serão Copa do Mundo ou Olimpíadas que lhes farão diferença. Não farão nenhuma.

Faria Costa
Enviado por Faria Costa em 03/06/2010
Reeditado em 13/09/2013
Código do texto: T2297656
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