ENQUANTO A CHUVA NÃO PARA...

Estes dias chuvosos de inverno que parecem intermináveis trazem uma melancolia que suponho terem sua origem na infância.

Lembro que nesses dias ficávamos com o nariz grudado na vidraça da janela olhando a chuva correr lá fora.

Naquele tempo não existia televisão, videogame ou computador. Nossas brincadeiras eram o futebol, bolinhas de gude, subir em árvores e ficar imaginando que éramos pilotos de alguma nave espacial.

A única alternativa que tínhamos pra nos distrair em dias de chuva eram os "gibis". Ficávamos fascinados com os superheróis e suas façanhas extraordinárias, enriquecendo, dessa forma, a nossa imaginação. Também no seguimento dessas histórias em quadrinhos foram lançadas publicações de clássicos da literatura juvenil que contribuíram sobremaneira para a nossa formação cultural. Essas publicações intitulavam-se "Edições Maravilhosas".

Apesar disso nada substituía a nossa ansiedade e a vontade de sair correndo para brincar no quintal.

Lembro que em certa ocasião me ensinaram uma simpatia pra fazer parar de chover.Ela consistia em desenhar um sol bem no meio do quintal.

Nós esperávamos a chuva dar uma estiada e correndo, pegávamos um pedacinho de pau, desenhávamos um grande círculo na areia, colocávamos dois olhos, um nariz e uma boca que tinha que ser sorridente.

Se a simpatia dava certo eu não lembro mas até hoje, enquanto a chuva não para, eu desenho um sol no quintal da minha imaginação...

Gilberto Stone
Enviado por Gilberto Stone em 08/06/2010
Reeditado em 08/06/2010
Código do texto: T2308008
Classificação de conteúdo: seguro