FIZ SEXO COM A NATUREZA (PESCARIA NO FAZENDINHA) PARTE II

Um pouco escabrunhado, farol baixo, pára-choque duro, pensando no butelo que escapou, peguei um pão e coloquei fatias de salame e um patezinho de azeitona preta com cebola e ariche, e fui olhar o meu menino no carro. Ao olhar dentro do carro percebi que um furacão havia passado por lá, saquinhos de salgadinhos, caixas de sucos,

Pedaços de roscas e outros petiscos e ele havia dormido novamente.

Retornei as varas na beira do rio, dei uma vistoria nas iscas e renovei todas, cada vara uma isca especial, ao terminar a última vistoria senti uma vara com queijo ferrar e a linha esticar, coração bateu, peguei a vara e senti novamente o bichão seguro na segunda ferrada, pensei este não vai escapar....

Os mosquitos picando para todo lado, formigas passeando e brigando pelo espaço, lava pés, aiaiaiaia, complicado demais, mas o peixe não sai, quando eu consegui administrar finalmente o bendito percebi ser uma boa e bonita piapara, com uns 2 kgs, linda, esta foi para sacola.

Na vara de mão eu comecei a colher os frutos da quirela que joguei, pescando piaus pequenos e uns lambaris, ainda uns canivete, em quantidade suficiente para uma boa fritada, algumas vezes um maior outros menores, pequeninhos voltava para água.

Olhei numa vara e ela com a ponta dentro dágua, assustei, gritei !!! deve ser um tubarão, fui recolher, pesado, com uns 8 kilos aproximadamente, mas lento muito lento, quando me dei conta, era um jaboti, grande havia engolido tudo, a nem, que dificuldade para retirar a linha e não deixar o anzol em sua garganta.

Renovei as iscas e lembrei de almoçar, quando meu menino chegou e disse, Pai, acabaram os lanches que hora vai ser o almoço, já perto de 2:00hs eu resolvi dar uma parada e para esquentar o arroz que eu fiz, ele perguntou o que é esta gororoba?? Eu brinquei, arroz de puto louco...kkkk (não tem a da puta rica) é simples, um pouco de carne desfiada, lingüiça de porco e frango, verduras diversas, após fritar na manteiga de leite com muita cebola, bem os ingredientes jogar verduras e o arroz deixar ficar pré cozido e colocar alguns pedaços de queijos de minas, dar uma misturada, salpicar cheiro verde e por cima uma abóboras cortas em pequenos pedaços juntamente com cebolas e deixar chegar ao ponto, pode comer frio ou quente, fiz uma fogueira de pedras coloquei a panela e ao esquentar liberou aquele aroma delicioso, convidando até onças se tivessem por perto, comemos e fomos descansar uma pouco.

Dormi uns 30 minutos, quando acordei vi o meu menino na beira do rio pescando e disse, pai eu peguei uma muxiba de 3ª. cheia de formiga, coloquei no anzol e joguei nágua será que pega ??? para não ter que trocar a isca respondei, rapaz esta é a isca !!! o peixe mastiga ...mastiga e não acaba, você pesca uns 10 com uma só...

O tempo estava virando, começou a ventar muito e parecia que ia chover, eu olhava para os lados muita poeira, escuro e raios ao longe, tempo de recolher tudo e capar o gato, ou seja, retornar a base.

Quando iniciei o recolhimento, vi o meu filho levantando e dando uma chascada e a vara não saiu do lugar, fez foi emborcar todinha, eu gritei, senta e não da ponta de vara o peixe correu, ele parecia um experiente pescador tal qual o avô, nem tava ai , não sabia que a linha era 0,35 o molinete era para piau até 4 kilos e não era uma linha especial porque eu como pão duro, estava aproveitando linhas antigas (mas tinha uns 70metros), ...a briga começou... um garoto de 14 anos sem experiência, não queria passar a vara para mim com um peixe grande ... desespero...muito desespero, eu quieto dizendo, faça isto, faça aquilo, tirei todas as varas do barrando, gritando não da ponta de vara, dá o pé, senta no chão... levante..caminhe no barranco, vá para onde ele for...segura com as duas mãos... deixa ele.. recolhe um pouco...deixa correr... afffe...como foi difícil saber o que era... quando ela pranchou, vi que era uma Super Caranha... devia ter fugido de alguma represa, com mais de 8 kilos, pedi para ele calmamente levar para o raso bem tranqüilo e quando que não “ tibumgum...” pulei dentro do rio e segurei firme o peixe e dei até uns beijinhos... kkkkkkkk, quando eu percebi que o mais estranho da conversa, o anzol havia passado dentro dos olhos do peixe e ferrado uma parte duríssima que não conseguiria sair nunca...

Resumindo toda esta conversa... foi uma bela pescaria , onde ficou provado que quando o peixe tem que ser pescado vale qualquer isca, até muxiba mastigada, e ele nem sempre escolhe o pescador que neste caso foi meu menino que pegou em toda sua vida uns 3 peixe e todos grandes e que detesta pescaria, quando vai come todos os lanches e tira gosto e pede para ir embora, reclama dos mosquitos e de tudo e de todos mas é gente boníssima, finalizou dizendo: quem é bom não precisa ficar o dia todo pescando, basta alguns minutos(ainda curtiu o moleque).

Fiz um belo assado primeiro armei uma cama de pão italiano cortado em fatias, muita cebola picada em quatro bem distribuidas na Forma Gigante que arrumei devido o tamanho da danadinha, recheio de verduras e um pouco de farinha temperada e leite de coco, temperos diversos..com um arroz verde (salsa) picada e uma salada de alface rasgado, queijo desfiado tomates cortados e pedaços de cebolas, da cabeça fiz um pirão bem chegado na pimenta com uma farinha temperada, convidei uns amigos que apostaram que eu havia comprado o peixe, mas este foi meu filho que pescou e não o grande mentiroso aqui, realmente ficou uma delícia.

Desta forma não podia deixar de registrar aqui mais uma pescaria, como tantas outras, simples sem ostentação, divertida, mas que marcou o espírito de um homem que sempre esteve a beira de um rio com familiares por muito tempo e que o próprio tempo fez a sua despedida com a passagem de teus parceiros para pescarem em outros rios espirituais, que Deus os tenha com a intensidade infinita.

Kulayb
Enviado por Kulayb em 10/06/2010
Reeditado em 14/06/2010
Código do texto: T2311367
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