ELA OU EU? QUE CONFUSÃO!

O telefone toca.

_ Queria falar com a dona da casa...

_ É ela.

_ Ela quem?

_ Como, ela quem?

_ Ela, não foi isso que disse?

_ Então, tô te falando, ela sou eu...

_ Eu?

_ Não. Ela não é você, de jeito nenhum, o quê que é isso?

_ Ah, bom, pensei que falou que ela sou eu.

_ Mas é verdade, ela sou eu, você é que ela não é...

_ Sei... Mas, se ela não sou eu... Quem é ela?

_ Escuta, esquece, esquece... Quem é você?

_ Bom, eu sou do Banco Vida fácil. E quero facilitar a sua vida...

_ Vida fácil? Olha, eu sei muito bem o que é vida fácil, tá?

_ Sim, vida fácil é...

_ Espera, cê tá querendo me explicar o que é vida fácil?

_ É só pra facilitar...

_ Que facilitar? Pois saiba que eu trabalho, tá? Nunca busquei vida fácil! Vida fácil, vida fácil... Essa é boa!

_ Justo! Era isso que eu ia dizer. A vida fácil é boa. E o Banco...

_ Então cê sabe, né? Vida fácil é boa... Já entendi...

_ É, parece que não entendeu...

_ Puxa, você me liga, diz que não sou ela. Me oferece vida fácil, e ainda me chama de burra?

_ Burra? Como assim? Eu não disse isso...

_ Disse! Ah, disse sim! Tá precisando tomar “gingobiloba”, sabia? Cê acabou de dizer que não entendi...

_ Então, eu disse que não entendeu, mas...

_ Olha, se tem uma coisa que gosto é de pessoa sincera, viu? E pelo jeito você não é...

_ Como não? Você não me conhece!

_ E não conheço mesmo, minha filha!

_ Eu não sou sua filha!

_ Ah, não! Não é mesmo! Se fosse não me trataria assim de jeito maneira!

_ Como assim? Eu a tratei mal senhora?

_ Senhora? Senhora? Pois fique você sabendo! Só tenho 60 anos, tá bom? Quer saber? Esse Senhora fechou nosso papo! E passe muito bem!

_ Tum... Tum... Tum...