Quem foi, sempre será.

Um bem vivido e educado cidadão, meditava tranqüilo, sentado em um banco de praça quando, um desses malucos que perambulam pelas ruas se aproxima.

- Você fuma? – pergunta o maluco.

Ao sinal afirmativo do interpelado:

- Você poderia me fornecer um cigarro?

O maluco recebe o cigarro, de frente para o benevolente desconhecido, acende, dá duas tragadas profundas e lança baforadas de fumaça para o alto. Ato contínuo, senta ao lado de seu benfeitor e pergunta:

- Que mal o aflige desconhecido?

Olhando de soslaio para o maluco e analisando-o de cima para baixo repetidas vezes ele diz:

- Estou numa sinuca de bico, meu amigo.

- Nada nesse mundo fica sem solução. Pra tudo há um remédio. Só não há remédio pra morte....

É verdade.. Imagina você que eu amo três mulheres diferentes e amo a todas com a mesma intensidade. No entanto tenho que casar somente com uma e não sei com qual delas. Uma é viúva, bem vivida, fina e educada. A outra é uma garota de programa com quem venho me relacionando á muito tempo: muito bonita, experiente, também muito educada. E a terceira é uma mocinha, linda, bem prendada, também muito educada, contudo, inexperiente e virgem.

O maluco, cruzando uma das pernas sobre a outra, lançando um olhar para o infinito como se buscasse a interpretação para o fato, fala

- Case com a terceira. Com ela você será feliz.

- Como sabes? Com a inexperiente e virgem?

- Sim - responde o maluco.

- Por que? – interpela.

- Porque quem foi, sempre será, quem nunca foi, é mais fácil de si fazer ser.

E pressionando a ponto de cigarro entre o polegar e o dedo médio, lançando-o a distancia diz:

- Falei?!

E se foi deixando o educado cidadão, perplexo e pensativo com sua resposta.