SÚPLICA DE UM PRISIONEIRO

(Escrito em 22/09/06) Para minha neta Juliana

Sou natureza, quero viver livre, quero bailar ao vento, me aquecer ao sol ou mesmo me molhar na chuva, Quero ser livre para que me admirem e me acariciem.

Quando dormes , me deixas solto e então brinco livre no teu travesseiro, me derramo em teu rosto, em teus ombros e muitas vezes tuas mãos inconscientemente me jogam para trás e até me disciplinam na minha brincadeira recém liberto.

Outro dia ias no metrô e a presilha afrouxou, me soltaste, me alisaste um pouco e o moço que estava ao teu lado olhou embevecido para mim, olhar de quem admiro o belo e teve ímpeto der me acariciar, mas logo me torceste e me prendeste novamente no alto da cabeça. Que coisa! Para que me queres longo se não me deixas emoldurar o teu rosto, te fazendo ainda mais bela? Então me corte, me deixe bem pequeno, porém livre. Se me descolorisses, se me tingisses, se me alisasses ou me encrespasses seria menos traumático do que a prisão a que me condenas. Liberdade é tudo que te peço !!!

Lucilia Cavalcanti
Enviado por Lucilia Cavalcanti em 13/06/2010
Código do texto: T2317841
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