Boxe chinês

Sim ...é verdade. Eu, euzinha, Janaína, já fiz boxe chinês.

Sou muito curiosa e vez ou outra me meto a besta e me ponho a experimentar o que a vida pode me proporcionar.

Pois bem ...lá vou eu. Primeiro dia na academia. As apresentações são feitas, eu faço o aquecimento e quase morro (fingindo normalidade), mas minha cor de papel me entrega e eu ouço o “professor”: viu ...pode ir mais devagar, é a primeira vez. Tá bom ... tá bom nada, eu queria era mostrar serviço, pois se me prestei a isso não poderia fraquejar né?! Humrumm ...

Já no primeiro dia cheguei a essa conclusão: meu alongamento é péssimo e não tenho abertura alguma. Precisa ver que judiação eu tentando dar um pontapé ...o máximo que eu alcanço (e já serve pra alguma coisa) são as partes baixas do sexo oposto.

No dia seguinte eu sentia que meu corpo havia sido atropelado por uma scania. A família já começou a se preocupar e eu nem aí ...dá nada não, é falta de costume. E vamos que vamos que eu sempre sonhei em dar porrada. Abrindo parenteses “ Gente ...que delícia que é poder socar um saco (o saco viu!!! Ahhh ...não é o do seu patrão, do seu irmão ou namorado). A sensação do pós-porrada poderia se igualar a um orgasmo. Bochehas vermelhas, corpo suado, pernas trêmulas, ou seja, se está faltando orgasmo em sua vida, vá deitar porrada no saco.”

Continuando...estava até gostando dos treinos. Eu comecei a me equilibrar melhor, estava aprendendo que não se soca de qualquer jeito (tem técnica pra isso), mas como tudo em minha vida tem um “quê” de ironia tinha uma baixinha lá que adorava me dar porrada. Gente ...quando me colocavm pra treinar com ela eu sabia que ia sair toda dolorida. Acho que toda raiva acumulada durante o dia era descontada na trouxa aqui. Ela batia com gosto. Na certa alguma Janaína biscate deve ter roubado o namorado dela, porque eu juro que em determinado momento eu percebia seus olhos vermelhos de raiva.

Comecei a ficar “bolada”...não tá dando certo apanhar da baixinha. Poxa ... tô parecendo um saco de batata. Mas isso não é nada. Eu sempre ia pro treino depois do trabalho. Passava em casa, tomava um banho rapidinho e ia. Creio que eu era a única pensar dessa forma, porque o budum de sovaqueira era tão grande que meus olhos chegavam a lacrimejar.

Sem condições ...apanhar da baixinha tudo bem, mas ser nocauteada pelo budum da sovaqueira masculina? Nem a pau ...é demais pra mim. Custa passar um desodorante debaixo do braço? Eu sei que todos ali trabalharam o dia todo, mas poxa ... isso é golpe baixo. É técnica pra derrubar qualquer adversário. A cada levantada de braço eu sentia meu mundo girar.

Que jeito eu iria me concentrar? Sem chance ...aos poucos fui abandonando o boxe chinês e confesso que até hoje eu tenho medo de encontrar a baixinha por aí.