Poetas e prosadores

São ambos os encarregados de manter a literatura viva. Poetas e prosadores, salve!

Interessante quando lemos um ou outro. O poeta é sim um sonhador. Veja a sua produção. Quase a totalidade é sonho, devaneio, tristezas e exaltações. Amores que se formam, amores que já não mais existem. Saudade. Exortação.

Dizem que o poeta nasce, não se faz. Acredito. Tem o dom de ver a pequena planta que nasce no muro velho e deste fato, aparentemente tão comum, transformar num poema celestial. Puro sonho, mas a Vida autoriza.

Acaso você já olhou a mirrada flor que aparece entre tijolos? Procure. Vai ter uma surpresa. É como se fosse um milagre, não se sabe quem plantou, não foi regada senão pela chuva. O poeta vê e contempla. Depois, passa para o papel.

Muitas vezes parte para tarefas que são quase impossíveis de serem feitas. “Cesse tudo o que a musa antiga canta

“Que outro valor mais alto se alevanta.” - Camões, “Os Lusíadas”

Pois bem. E os prosadores? Costumam sonhar menos, mas nem sempre. São comuns os romances e contos que partiram de fato ocorridos, onde a fantasia entra como elemento catalisador. Seria cansativo enumerar obras e nomes, que escrevem em português. Aliás, tarefa quase impossível.

Os cronistas estão sempre fantasiando a verdade. Já ouvi dizer que são os repórteres de fraque e cartola. A elegância no escrever transforma a maldita e sanguinolenta briga no botequim, num desentendimento num bar não sofisticado.

Assim eu vejo os escritores. Estarei errado?

Creio que não.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 16/06/2010
Código do texto: T2324134
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