MARADONA, O QUE VOCÊ FEZ?
Diego Armando MARADONA. Jogador de futebol. Do melhores que o mundo já viu. Não quero estabelecer nenhuma comparação com qualquer outro. Era habilidoso com a bola. Tinha arrancadas fulminantes. O terror dos zagueiros, dos goleiros, dos marcadores, dos adversários em geral.
Encantou o mundo. Jogadas de pura arte e lances duvidosos.
Fez gols históricos, alguns pouco éticos. Como o de mão que fez contra o Brasil. Disse que fora a ”mão de Deus”.
Era o mestre da “catimba”. Temperamental, até agressivo.
Mas o meu assunto não é futebol que até não sou bem informado. Mas Maradona tornou-se um cidadão do mundo pela sua arte, como tantos outros. Um ídolo. E todo ídolo, o é não só pela sua arte. Muito do que os ídolos fazem seus admiradores querem imitár.
E Maradona tornou-se usuário de drogas. Diziam que de cocaína. O mundo acompanhou o que foi noticiado. O fim da sua carreira de atleta, o seu drama pessoal e creio que familiar.
E a imprensa gosta muito.
Tratamentos, inclusive em Cuba.
Maradona, você como ídolo, como cidadão do mundo, pois o mundo participava da sua vida, você não podia fazer isso! Você não podia dar esse exemplo.
E o mundo comentava. Os pessimistas de plantão adoravam encher a boca para malhar o viciado em cocaína.
- Jogava tão bem! Acabou! – Diziam uns.
- Bem feito, quero ver fazendo gol “mão de Deus” agora! - Retrucavam outros.
Na época em que ele estava péssimo, foi dar uma entrevista em uma televisão na Argentina, com transmissão direta para o Brasil e foi melancólico ver o então famoso atleta. Estava gordo, desorientado, parecia sob efeito de alguma substancia alteradora do comportamento. Insinuando-se para cima da entrevistadora, por sinal, uma loura linda.
Tudo isso foi divulgado ao máximo pela imprensa do mundo todo. Maradona virara a “bola da vez”. O saco de pancadas da época. Reprisaram insistentemente na televisão mostrando o Grande Maradona acabado.
No final daquela apresentação na televisão da Argentina, que me lembro de pouca coisa do seu conteúdo, a entrevistadora perguntou sobre as drogas e ele falou um monte de “abobrinhas”, coisas sem nexo. Mas no finalzinho mesmo da entrevista ele disse:
- Câmara, aqui, mais, chega mais.
E apareceu a sua cara enorme enchendo a tela do televisor. E ele disse, em belo espanhol e me lembro muito bem:
- Olhem, prestem muita atenção:
SE VOCÊ USAR DROGA, UMA ÚNICA VEZ NA SUA VIDA,
UMA ÚNICA VEZ, O RESTO DA SUA VIDA SERÁ LUTAR CONTRA ELA.
E repetiu:
- O RESTO DA SUA VIDA SERÁ LUTAR CONTRA ELA.
Nunca fui nem um pouquinho fã do Maradona mesmo admirando o seu futebol. Sempre fora polêmico. Mas todos nós somos polêmicos, hora mais hora menos. Mas quero realçar que tudo que falam do dito cujo é só negativo. Nunca vi nenhuma referência aos seus conselhos que considero de alta relevância. Estou pensando até em fazer um quadro com os seus conselhos e afixar na parede do meu ambiente de trabalho.
Divinópolis, 16-06-2010.