O diálogo de um corpo

Um delgado corpo assistia a um jogo de futebol! Um perna de pau que ganhava milhões por ano erra um gol cara a cara com o goleiro. O cérebro exclama “eu teria usado a cabeça neste lance”. As pernas reinvidicam “este lance era meu, mas o gramado me traiu!

Os músculos reinvidicam “preparei-me tanto para este momento e agora este mico”. Os pés reclamam “estas chuteiras não me calçam bem”! Os joelhos comentam “os treinos de ontem foram exaustivos”. O goleiro agradece e comenta “se todos jogassem bem eu estaria em maus lençóis”!

O estomago aos berros “mas também depois daquele pato no Tucupi como movimentar-se bem? A respiração ofegante reclama, pulmões inchados aos berros explodem depois daquele vinho, fumar e fazer sexo quase a noite toda!

Que queres de mim? Os braços não se contém calados, mas depois de fazer sessenta barras ontem nos treinos, como dominar a mobilidade! O coração que se manteve calado até então dispara suas metralhadoras, não apontem o dedo para mim!

Depois destes bombardeios todos minha amante arrumou um amante melhor. A alma exclama e eu onde fico neste universo de movimentos? A mídia lamenta “se estes pernas de pau marcassem mais gols nosso faturamento alcançaria o teto almejado. E um técnico desolado com a cabeça entre as mãos exclama “se estes pernetas jogassem bola realmente meu salário não estaria estagnado!

E a bola? Bem! Os professores assistem estatelados a calorosas discussões entre os alunos nas segundas-feiras sobre os resultados dos jogos de fins de semana boquiabertos de olhares perdidos no vazio, mas antes de pegar em pedras, lembre-se coroamos com coroas de espinhos o filho de Deus! Bem! Para os “deuses” analfabetos que incitam as massas e os conduzem para onde querem. Ah! Estes sim! São coroados com “louros”.