A IMPESSOALIDADE DA MODERNIDADE.

Hoje fui ao cinema, e lá chegando refletir que somos hoje impessoais nesse lugares, quando lá cheguei o filme já havia começado, estava escuro é claro, apesar de haver nas escadas um sinalizador, mesmo assim tivemos dificuldades de encontrarmos um bom lugar, neste momento me deu saudades da figura do lanterninha que tínhamos há alguns anos, mas, não serei leviana em dizer por que não me lembro quando ele deixou de existir, mas, que hoje senti o quanto ele era importante naquele momento.

Lembro que essa figura sempre estava na entrada da sala de exibição nos esperando com uma lanterna na mão, sua missão era nos ajudar naquele momento a encontrar um lugar, ele mais parecia um anjo sinalizador, que zelava por nós, na maioria das vezes se tornavam nossos amigos de tanto que irmos ao cinema, pois não havia na nossa infância Manauara televisão( desculpe mas para mim não fez falta) .

Também na hora, lembrei de outra figura importante naquele momento, era o ¨bombozeiro¨ que passava com seu tabuleiro cheios de balas, chicletes bola, sabor uva Ping Pong, e do famoso bombom ¨Piper¨ (será que é assim que se escreve.. não lembro), uns bombons quadradinhos de menta, que hoje não mais encontro.

De quebra ainda recordei que levávamos revistinhas, os famosos gibis para ler enquanto aguardávamos o filme começar, e trocávamos essas revistinhas já lidas com outros colegas na mesma situação. Isso quando alguns meninos não vendiam essas revistinhas usadas nas portas do cinema Guarany({assassinado} e Polyteama, os ( quem moram em Manaus sabe).

Lembrei de uma coisa bem gostosa também, mais pura talvez não existisse, o famoso ¨ficar¨ da época, quando uma menina e um menino sentavam-se lado a lado, e davam-se os dedinho mínimo, algumas vezes se arriscavam a ficar de mãos dadas, e os mais ousados até beijar na boca. Que nisso se parece muito com o ¨ficar¨ de hoje se parece. E quando saíamos dali nem olharmos para o lado.

Veja o que me fez lembrar uma simples entrada atrasada de alguns minutos, nesse momento me sentir desconhecida por todos, tenho que me conformar que hoje estou no ano 2006 , não nos anos 60, ou 70, PACIÊNCIA!

MARIEL MELLO
Enviado por MARIEL MELLO em 06/09/2006
Reeditado em 02/01/2017
Código do texto: T233737
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