Maçã envenenada

Esther Ribeiro Gomes

No Porto de Santos, foram apreendidas quase duas toneladas de cocaína, escondidas em dois contêineres de maçãs!

Foi a maior apreensão de cocaína da história do Porto de Santos.

A inocente fruta, tal qual na história infantil, foi usada para encobrir intenções criminosas.

A cocaína veio da Argentina com destino à Espanha e foi avaliada em duzentos e setenta milhões de reais!

É muito dinheiro que daria para realizar inúmeras ações beneméritas.

O tráfico de drogas é um câncer social cujas metástases se espalham como tentáculos por todo o planeta.

Infelizmente, esse flagelo que assola a humanidade é democrático: alcança usuários de todas as classes sociais!

São bilhões de dólares envolvidos e ninguém se iluda que os chefes desse tráfico odioso fiquem atocaiados em morros e favelas da periferia. Nas mansões e coberturas milionárias eles também proliferam que nem baratas. Haverá alguma chance da humanidade se salvar do odioso tráfico de entorpecentes?!

Até hoje não se conseguiu inibir ou sequer diminuir essa prática criminosa, pelo contrário, cada vez ela avança mais, provocando violência e destruição por onde passa. Ninguém é poupado: crianças inocentes e jovens adolescentes são as principais vítimas desses monstros traficantes que, pelo dinheiro fácil, há muito venderam suas almas. Tanto dinheiro incentiva o tráfico de armas e propicia essa guerra civil urbana que assistimos incrédulos e impotentes.

O que fazer? Há movimentos contra e a favor da descriminalização das drogas, mas não creio que essa experiência em outros países tenha resolvido o problema.

Nosso país não está estruturado para tratamento de recuperação dos usuários, haja vista o caos na saúde pública, filas enormes e gente morrendo nos corredores dos hospitais públicos.

O problema tem que começar a ser resolvido em casa e nas escolas com a educação e assistência às crianças e adolescentes.

Se não houvesse usuários, o tráfico de drogas deixaria de existir.

Deveria haver uma mobilização nacional para inserir nas escolas da rede pública e privada cursos esclarecedores sobre o malefício das drogas e a devastação que ela provoca no ser humano. Parece um raciocínio simplista, mas se houvesse vontade política para investir mais em educação, esse seria o primeiro passo para um resultado concreto, mais adiante.

Deveria haver também cursos para os pais ficarem alertas aos primeiros sintomas que os filhos apresentassem e se preocupassem

em ocupá-los com estudos e esportes para afastá-los das más companhias. Como ensina o Dr. Içami Tiba: 'Quem ama, educa.'

Afinal, como diria minha avó: ‘Cabeça vazia é oficina do diabo’...

Enfim, uma boa educação e o apoio da família são os únicos instrumentos capazes de virar esse jogo!

Esther Ribeiro Gomes
Enviado por Esther Ribeiro Gomes em 23/06/2010
Reeditado em 25/06/2010
Código do texto: T2337758