Lingerie no varal

Certa feita assistia eu um curta metragem que se baseava em moda intima, não sou bom entendedor, porém como todo bom amante venero uma mulher vestida para "matar". Ao final do filme adormeci mas não esqueci de cada detalhe ao qual, meus olhos, como que colados em cada movimento do mulherio ficaram estatelados sobre o rack e meu maxilar se abria para que me língua se estendesse como um tapete vermelho é estendido para alguém muito importante. Sonhos e sonhos numa só noite, devaneios, vazios e imagens completavam minha madrugada.

Duas semanas depois fui surpreendido por um casal que vieram a ser meus vizinhos, e como a primeira impressão é a que fica, deparei-me com Magali, mulher de corpo vistoso e ar relaxante, inspirava mesmo muita calma e possuia um caminhar descontraído e bastante chamativo.

Magali era linda aos meus olhos e impossível para o meu faro 171 (infalível), seu marido trabalhava fora da capital e somente voltava para casa aos finais de semana. Numa tarde se sexta feira estava em minha rede devorando Drummond, quando uma sombra pairou sobre meu corpo e um perfume atingiu-me como uma flecha, era ela, Magali! Resolvera sair e vinha pedir-me para dar uma vigiada em sua casa, obviamente disse-a que faria com muito prazer e que não se preocupasse, saiu então despreocupa porém, sua fragrância se instalou no ar persistindo nos meus desejos.

Resolvi finalmente terminar minha leitura na calçada da casa de minha exuberante vizinha, onde havia maior concentração de sombra e também aproveitava para cumprir minha tarefa, quando algo me chamou a atenção no varal de Magali: era uma lingerie rendada, azul, pequena e por de mais provocante!

Comecei a lembrar do filme e imaginar milhões de coisas. Magali viajava em minha mente, imaginava-a vestida com aquela pequena peça do varal, era como se ela estivesse na minha frente, me chamando num gesto único com o dedo indicador, eu por minha vez me beliscava levemente para não acordar do que parecia ser um sonho. O varal agora servia de rédeas em meu pescoço e Magali com sua maravilhosa e minúscula veste me puxava para junto de si, tudo se alterava, o meu respeito por ela, o comando que um homem como eu deveria ter (não que seja machismo), o jeito meigo daquela mulher se transformando numa possível "amestradora sexual", não podia conter-me e resolvi então aproximar minha mão à sua lingerie azul, rendada, pequena, e...

- Senhor Oliveira?

- Hâ.. o que??

- Senhor Oliveira, o que o senhor tanto olha para cima?

- Oh, sim... Dona Magali... apenas... estava admirando como o céu está tão azul!

- Mas senhor, são quase nove da noite.

- Puxa, quer dizer que... ora, deixa pra lá, vou-me embora.

- Obrigado Senhor Oliveira!

- Por nada Dona... Magali!

Crisartes
Enviado por Crisartes em 26/06/2010
Código do texto: T2342760
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