BRASIL, A COPA E OS CÃES

ICOPERÊ - Isolino Coimbra "O Peregrino Mensageiro de Luzirmil"

Antes do Brasil perder o jogo vi algo interessante: Um cão com a sua cauda entre as pernas, com cara de medo e pavor.

Notei que era em razão dos estampidos de alguns foguetes, que até aquele momento estavam pipocando esporadicamente.

Recordei-me que em meus estudos sobre o som havia um destaque sobre a função do tímpano daqueles animais, que segundo pesquisas, são de uma sensibilidade dezenas de vezes mais do que o dos humanos.

Percebendo que o cão estava amedrontado, resolvi me aproximar e conversar com ele amigavelmente, quando alguém soltou um foguete bem próximo dali. O assustado animal se enfiou dentro de um bueiro, de onde saiu somente depois que o Brasil perdeu o jogo com os holandeses, isto por que o ânimo dos brasileiros decaiu e aos poucos surgiu um relativo silêncio, o que, para nós, foi uma a irreparável perda, certamente para a classe canina foi uma grande vitória!

Para a torcida brasileira não haveria mais incentivos para festas, mas para os cães foi ótimo!

Por que os soltadores de foguetes não deixaram para fazer suas farras quando houvesse a vitória do Brasil?

É evidente que o medo dos cães atuou anatematicamente em favor da derrota! E sempre será assim, enquanto comemorarmos vitórias incompletas!

Sabe-se lá o que se passa na mente de um cão, cujo tímpano sofre o impacto de um pipocar de fogos de artifício. A gente não faz idéia, mas tem Um interprete dos pensamentos caninos que sabe, protege-os e faz alguma coisa para amenizar o medo e o sofrimento deles.

Fora com fogos de artifício! Basta a poluição já existente pela combustão desenfreada. Pelo menos os cães legítimos querem um mundo sem estouros de foguetes, que além do barulho, suja a atmosfera!