A moto, Shihiro e eu

“Negro e liso

Bate, fustiga

Quando atrás sento

Colo o corpo ao dela

Voamos juntos

A moto, Shihiro e eu”

Sempre foi assim, ao comprar um carro nos primeiros dias mantinha sempre limpo e encerado, depois nem ligava, se o levasse aonde quisesse estava tudo bem.

Era diferente com motos, tratavá-as como fosse o prolongamento de seu corpo da cintura para baixo.

Gostava de dirigir carros, mas pilotar motos era sua paixão, era como estar a pé a mais de duzentos kilometros por hora ou serpenteando entre os carros pelas ruas da cidade.

Sentia-se livre como um pássaro voando.

Desde garoto teve alguma: Cinquentinha, setentinha, cento e vinte cinco, trezentas e cincoenta cilindradas e por aí vai.

Teve tombos memoráveis, mas nenhuma cicatriz ficou.

Agora possuía duas: Uma R-1 nervosa, voluptuosa, ninfomaníaca tira tudo dele não se satisfaz nunca.

A outra uma Harley 883 parece uma senhora meia-idade que sabe e faz tudo muito bem, deliciosa. Adora as duas.

Lembranças? Sim. Todas femininas.

Isidoro Machado
Enviado por Isidoro Machado em 03/07/2010
Reeditado em 13/05/2012
Código do texto: T2355780
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