Barbas, situações e uma opinião.

Já passei do tempo em que eu pensava que pensar era ter em mente as respostas certas para o que as pessoas pensavam de mim... Às favas todos...

Entendimento sobre mim? Não, obrigado.

"Tire esta barba, tá horrível", "Vá cortar este cabelo, vc tá pessimo", "Vc parece um louco, se vista melhor". NÃO! Vai mudar alguma coisa ser o que desejam o que você seja? Não vai. Aliás, nunca vai dar em nada se anular para ceder aos caprichos do "homem primata, capitalismo selvagem...". Me recuso a ser escravo de alguma coisa, pelo menos conscientemente.

Tenho vontade de inverter as coisas do mundo pra ver todo mundo de pernas para o ar enquanto ouço mais uma música incompreensível da Björk. Ou seria eu o grande e incompreensível mentecapto? Sei não...

Percebo, e hoje sei bem disso, que as palavras são armas de aço que destroem e esmagam os mais profundos sentimentos. Meu lado Darth Vader sabe bem disso e se revela sádico, sem a menor culpa quando for dormir. Travesseiros não falam. Que bom!

"Quero antes o lirismo dos bêbados", quero antes a libertação daqueles que se negam a andar como robôs porque alguém ou alguma coisa deseja. Aliás, somos mais "coisa" que gente...

Somos o quê mesmo? Já parou pra pensar que temos o mesmo fim dos grandes assassinos e ditadores? Ironia ou economia de criatividade para criar desfechos humanos mais interessantes? Não sei. Não ando sabendo muita coisa, não.

Tenho saudade de muita coisa. Sinto que tenho saudade do que nem existe e isso me sufoca. Por isso faço escolhas...

Escolho as amizades verdadeiras, escolho aquelas que não se desfazem com mais um pôr do sol, escolho os caminhos menos óbvios, porque viver como se planeja é de um tédio dilacerante.

Já é tarde. Tenho que ir embora. Ou melhor: não tenho. Não tenho nada. E penso que sou ou tenho muito.

Sim, sou o mundo. De quem? Como?

Pensando friamente, vejo o quanto somos bem idiotas. E ser idiota, por vezes, nos faz muito inteligentes.

Quero rir de tudo e com todos, somos grandes circos ambulantes. Engana-se quem acha que fazemos parte de um. Somos um mar de contradições, sentimentos confusos, dores que não se resolvem, abraços que nunca vêm.

Um opinião? Aquela que diz que nada será como antes. E completo: Pois o meu antes aconteceu antes mesmo de eu existir.

E eu existo. Todos coexistimos. Não somos nada sem o tudo que nos une.

Seremos apenas lembranças fátuas se não nos deixarmos sentir o chão por entre os dedos dos pés.

Seja!

Valdson Tolentino Filho
Enviado por Valdson Tolentino Filho em 04/07/2010
Código do texto: T2357906