1976.

De volta, o fim das férias forçadas veio acompanhado da notícia perturbadora de que o aquecimento global ameaça extinguir a vida no planeta.

Os documentários globais reacenderam neste início de ano a situação calamitosa das calotas polares, que derretem cada vez com mais intensidade. O calor ameaça inclusive torrar habitantes da Terra, como se fosse colocados num imenso microondas, devido aos exageros desta insaciável animal chamado homem, diga-se de passagem, o mais torpe da cadeia alimentar, que não se contentou somente em se alimentar, mas também em beber todo o gelo do planeta em doses generosas de uísque Jhonie, Red, Black, Horses e coisas do gênero. Quiseram sugar o planeta até o talo e estão conseguindo.

Bom, não vim aqui para explanar sobre as calotas polares nem sobre as focas marinhas, que já estão com problemas demais tentando saltar de uma pedra de gelo para a outra, em busca de alimentos, mas sim para fazer uma breve análise sobre o ano de 1976, o ano que vim parar neste planeta, sem saber porque, sem mais nem menos, motivado pelo acasalamento de dois humanos apaixonados, o que me gerou e que gerou também esta controvérsia sobre as responsabilidades do nascituro na vida dos que o conceberam, coisas sem grande importância história, ética ou cultural, nada metafísico ou transcendental, apenas para me livrar do marasmo melancólico que me toma conta no presente momento.

Primeiramente falarei sobre o que sei de cabeça daquele ano, para em seguida me aprofundar detalhadamente em assuntos políticos, históricos, científicos, esportivos e culturais. Por exemplo, sei que em 1976 a Sociedade Esportiva Palmeiras, meu clube de coração, ganhou seu último título (campeão paulista derrotando o XV de Piracicaba) antes de um jejum de dezesseis anos, que se findaria somente em 1993. sei também que aquele ano foi marcado pelo fim da guerra do Vietnã e pela morte de Juscelino Kubischek.

Um maldito cão principiou a latir estrondosamente, como que engasgado ou sendo esgoelado. Foi quando acordei e vi que estávamos em 2.005. Era madrugada ainda...

Cristiano Covas, num dia qualquer de 2.005.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 06/07/2010
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