Quando: há muitos e muitos anos (16, aproximadamente) 

Cerca de 30 viajantes, destaco  os seguintes:

Selma→garota pela qual este que vos escreve se apaixonou

Pedro→extrovertido, boa pinta, sabia tocar violão

A Selma gostou do Pedro; ele não se interessou por ela

Antes de voltarmos para São Paulo, cometi um pecadinho: sorrateiramente, obtive o seu endereço residencial (e-mail, naquela época, não existia).

E o Homem-Audácia-Zero, através de uma carta, abriu o seu coração. 

Tanto tempo depois, lembro como a missiva termina:

No meio do caminho tinha um Pedro
tinha um Pedro no meio do caminho
tinha um Pedro
no meio do caminho tinha um Pedro 

*Ela não respondeu; jamais saberei o que pensou

Sérgio Beni Luftglas, editor do site Pindaíba (www.pindaiba.com.br)

No meio do caminho (Carlos Drummond de Andrade)

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.