Era Janeiro...

Durante quase 15 anos janeiro era o mês mais esperado por Luiz. Ele adorava quando estava chegando este mês, não só porque já estava de férias escolares, mas porque era época de seus pais entrarem de férias e a viagem para Lambari era assim garantida.

A expectativa pela viagem era muito grande. Desde cedo, Luiz ajudava a seus pais a descer as malas do apartamento em que moravam no Rio e colocar, no fusquinha 63 de seu pai de cor vermelha, as malas e sair estrada a fora.

Era uma viagem e se chovesse... Bem se chovesse era pedir a Deus para que tivesse um trator na estrada que chegava a Lambari, porque o atoleiro era garantido.

Mas, em vez de reclamar, Luiz adorava tudo aquilo. Afinal esta era uma forma que ele encontrava para sair da cidade grande e passar uns dias no sossego de Lambari.

Logo que chegava, ou melhor, depois do almoço, Luiz saía atrás de uma charrete e ia para a casa de Divino, um grande amigo de seus pais e que de quem alugava durante todo o seu tempo na cidade o seu melhor cavalo.

A casa de Divino ficava distante da cidade, mas precisamente no meio de um pasto, mas apesar de ser cercada de mato era de uma limpeza impar. Podia-se até comer no chão.

No dia seguinte, Divino chegava ao hotel com seu melhor cavalo, que tiveram vários nomes: Brasão, Lourinho e outros. E aí era subir em um deles e sair para a diversão.

Eram diversos passeios, na sua grande maioria repetidos, mas que faziam a alegria daquele menino/rapaz. Ele ia feliz e se sentia livre.

Eram dias felizes. Pela manhã andar a cavalo, após isso tomar ducha no parque das bicicletas. Após o almoço, uma rápida soneca, esportes, natação e a noite cinema – e que cinema!! ou boliche.

É, era um janeiro especial! Um janeiro que não volta mais, mas que está sempre registrado na memória do garoto agora homem.

Que todos possam ter um sua memória um janeiro para se lembrar...

Fernando de Barros
Enviado por Fernando de Barros em 09/09/2006
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