O Cinema e a onda das sequências

Brevemente fui ao cinepop.com.br. Olhei de relance as últimas notícias, tive um insight, e, bem, aqui estou.

Sem brincadeira, os títulos de algumas das últimas notícias dizem sobre "Velozes e Furiosos 5", "Resident Evil: Recomeço", "Garotos Perdidos 3", "Pânico 4", "Jogos Mortais 3D", "Motoqueiro Fantasma 2", "Transformers 3", "X-Men: Primeira Classe", "[REC] 3", "Se eu Fosse Você 3"... Estamos infestados de sequências de filmes, algumas delas boas, outras delas não superam o primeiro filme da série (vide a suposta maldição das sequências de O Exorcista). E isso tudo me faz pensar uma coisa: precisa de tudo isso?

O cinema hoje, como alguns sabem, perdeu certo espaço. Por curiosidade, a indústria dos games é maior que Hollywood. E essa perda de espaço foi causada, em boa parte, devido à pirataria, torrent, enfim, essas coisas que prejudicaram legal a sétima arte. E isso, a meu ver, ocasionou numa perda de qualidade imensa. Não vemos filmes hoje como víamos antigamente. Alguns de nós nem se enquadram nesse "antigamente", eu incluso. Mas fato é: o que temos hoje não dá para se comparar ao que um dia já foi, no sentido de criação de grandes obras cinematográficas. Comparar um Star Wars com... Senhor dos Anéis? Um Indiana Jones com... Avatar? Um Laranja Mecânica com... aí que está, chega uma hora que percebemos como o que era produzido antes não consegue achar comparação nos tempos de hoje.

Então, o que aconteceu? Os poucos filmes que conseguem fazer sucesso têm inúmeras sequências (alguns até de forma exaustiva, vide Jogos Mortais), porque as produtoras não conseguem fazer um cinema de qualidade como era feito no passado. Uma questão semelhante é a dos remakes. Olha quantos remakes já saíram e quantos ainda sairão. Às vezes pode até ser melhor que o original, devido a melhoras nas tecnologias que deixam os filmes atuais bem mais bonitos. Porém, a questão não é essa, oras, o filme foi re-feito mas a história foi criada uma única vez. Outra questão vem à tona: temos mais técnicos em imagem digital do que pensadores para criarem roteiros brilhantes. Logo, hoje vemos filmes belíssimos, que literalmente nos saltam aos olhos, mas que têm uma qualidade meio duvidosa.

Por último, nesse rol de questões acerca da má qualidade dos filmes, temos o fator 3D. Agora todos os filmes são em 3D, se algum filme não for assim tem quem pense que isso é sinônimo de produção ruim. Bom, o 3D foi o bote salva-vidas do cinema em meio ao Titanic em que se encontrava, foi a única maneira de levar público ao cinema pra impedir que ele baixe o mesmo em casa. É uma manobra louvável, mas todas as grandes produções se aterem unicamente a isso, eu acho ruim. Acho péssimo um cinema exibir filmes que foram feitos para serem vistos na tecnologia 3D sendo que o cinema em questão não comporta isso. Seguem-se, então, inúmeras cenas de objetos aparentemente indo em direção ao espectador mas que na verdade ele não sente efeito nenhum por não utilizar o óculos (e também, como disse, pelo cinema não ter como exibir isso). Um último ponto é: imagina todos esses filmes que estão em cartaz, sob a alcunha de serem em três dimensões; quando saírem em DVD e Blu-Ray, vai ser a mesma coisa que ver filme 3D em cinema não-3D. É ruim.

Como diz Galvão Bueno, tá na hora de repensar. E vocês, leitores, o que acham disso? Baixam os filmes e não tá nem aí? Ou sente medo devido a esse estado de morbidez em que se encontra o cinema mundial?

GaP
Enviado por GaP em 16/07/2010
Reeditado em 17/07/2010
Código do texto: T2382213
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