Como ter boa qualidade de vida?

Tenho pensado muito na nossa qualidade de vida. Na minha qualidade de vida. E nesses pensamentos me vem alguns desafios sérios, mas que teremos de saber superá-los. Não ganhamos a bonança gratuitamente. Como tudo na nossa vida, temos um preço a pagar pela conquista. Mas os resultados podem ser maravilhosos.

Tenho propagado aos quatro cantos que não quero morrer antes de completar 99 anos. E não quero ter de usar fraldão geriátrico. São duas escolhas que fiz e as estou levando a sério, embora em certos momentos, pelo tom, possam parecer meio hilário ou jocoso. Mas essas são duas de algumas escolha que fiz e faço no meu dia-a-dia.

Durante nossa vida somos levados a complicar demais, o que às vezes não é tão complicado assim. Penso que isso faz parte de nossos defeitos de fábrica. Por isso precisamos sempre de um recall. Como se fosse um carro com defeito de fábrica.

Mas a sorte é que aprendemos. Somos capazes de aprimorar, melhorar muito, ao longo do uso (da vida). E isso é o nosso diferencial, nos faz grandes, capazes de aprender, de superação, dar a volta por cima, quando precisar.

Basta querer. Basta perceber que precisamos. Caso contrário, não tem motivação que nos faça mover os pés. Não tem exemplos e mensagens bonitas de incentivo que nos façam ver as coisas com otimismo, de ângulo mais favorável.

Ou seja, precisamos perceber as opções que temos à nossa disposição. E fazer uso delas. Eu posso escolher entre ter um dia alegre ou infeliz. De bom ou de mau humor. Agitado ou calmo. E essas escolhas são revertidas diretamente sobre mim. Boas ou não. Hoje eu posso escolher entre ter um dia agradável ou de tormenta. A escolha é minha. Posso escolher entre amar e odiar. Eu tenho esses poderes. Eu posso fazer as minhas escolhas todos os dias. Eu tenho o direito, a liberdade e a opção da escolha.

Os motivos externos são apenas estímulos que nos afetam mais ou menos em nosso dia, não sendo, entretanto, a causa principal. Nunca. O nosso estado de espírito é uma atitude nossa. Minha e sua. É uma escolha que fazemos. Se escolhermos ter um dia perfeito, por mais doloroso que sejam os estímulos externos, ainda assim o absorvemos melhor. O vivenciamos melhor. Menor será o efeito da carga negativa que porventura nos atinja.

Normalmente somos levados a dar valor grande demais às coisas que nos rodeia no dia a dia: empecilhos, qualidade de vida, dificuldades financeiras, saúde, saudade, incapacidade, frustrações em geral. Claro que tudo tem sim o seu valor e sua importância. Mas não o suficiente para nos fazer perder o humor, o amor por nós mesmos, o valor da vida, o valor da paz de espírito. Precisamos saber dosar esses efeitos em nós, de forma não permitir que coisas mais ou menos banais sejam importantes demais ao ponto de nos estragar o dia.

Precisamos estar atentos, para não ser surpreendidos pelo negativo. Muitas vezes ele nos ataca sorrateiramente, sem aviso, furtivamente. E quando o percebemos, Já estamos quase sendo devorados. E então haveremos de gastar muito mais energia para nos safar.

É a arte de viver. A arte de viver bem. Viver da melhor forma possível, mesmo que tenhamos contra nós, muitas influências negativas, nocivas e maldosas.

Não é fácil saber administrar as adversidades. Mas é necessário, sob pena de termos de pagar um preço caro demais. E a conta, não alimentemos ilusões: ninguém nos ajuda a pagar. É nossa. A responsabilidade é nossa, por mais bem acompanhados e assessorados que estejamos para nos apoiar e dar segurança. Essa conta é nossa.

Então, cabe-nos conhecer os desafios, as adversidades, as pedras no caminho e nos defender. Fazer o que for possível a nosso favor. Claro que contar com amigos, com pessoas do bem, com exemplos enriquecedores nos ajudam imensamente nessa tarefa de bem viver. E com certeza estaremos também contribuindo com a boa qualidade de vida de alguém próximo.

Porque somos importantes não só para nós mesmos, mas para um exército de pessoas que nos querem bem.

Então eu faço as minhas escolhas. São opções que tenho, que não dependem de estímulos externos, como ter ou não ter saldo na conta, o transito ser mais ou menos agressivo, o sol estar escaldante, algumas pessoas ser mesquinhas, a violência nos agredindo todos os dias... Eu escolho ter um bom dia. Claro que isso não significa indiferença aos todo tipo de estímulo. Mas significa sim, saber (ou tentar) superar cada momento, cada aflição, cada agressão. É saber aprender e crescer com as adversidades.

Hoje eu sei que o mundo é uma escola, como eu sempre ouvi de meus pais desde a infância. Sim, o mundo é uma escola. Aprendemos a ser grandes e imbatíveis ou a conviver com a angústia da derrota. A escolha é nossa. Todos os dias temos a oportunidade de escolher.

Faria Costa
Enviado por Faria Costa em 23/07/2010
Reeditado em 23/07/2010
Código do texto: T2395075
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