DESAPAIXONANDO

                Tudo na vida é um processo. Quando gostamos (exceção feita àquelas paixões à primeira vista), vamos “construindo” esse amor aos poucos. Um olhar aqui, uma palavra ali e quando nos damos conta, apaixonamos.
            Desapaixonar é mais ou menos a mesma coisa, com a diferença que o processo é doloroso. Dói demais você ter que desconstruir sonhos, não saber o que fazer com um sentimento enorme dentro de si, sem ter como dar vazão a ele.
            Você ver a sua paixão – objeto do seu desejo - se afastando, saber que nunca mais aqueles momentos intensos serão revividos, lembrar cada palavra, cada gesto, cada situação, ficar se perguntando o porquê disso, onde errei? Ainda tem conserto? Não tem? E o que fazer para recomeçar a vida?
            Fora o desconforto da dor, da rejeição e muitas vezes da falta de tato da outra parte em “tirar o corpo fora”, fica dentro de nós um vazio, um sentimento de que fomos “coisa” e não pessoa. Fomos “usadas” ou nos deixamos usar, eis a questão. Porque nunca, absolutamente nunca há um culpado só na história. “Quando um não quer, dois não brigam” diz o ditado.
            Para quem se desapaixona sobra o trabalhão de apagar o incêndio. Não sei até onde pode ser medido o prejuízo (e em muitos casos ele não é apenas emocional). Mas urge que tenhamos força e coragem para seguir em frente. Talvez demoremos um tempo até entrar em outra “roubada”. Que pode também não ser “roubada”. Vai que dessa vez você dá sorte...
            E assim, com esse pensamento, recomeçamos.
            Ouvi esses dias uma coisa mais ou menos assim: “Deus permite que tenhamos frustrações e decepções, para delas tirar força e motivação para evoluirmos enquanto pessoas”. Também penso dessa forma. Aprendemos muito mais com as coisas que nos fazem sofrer e se formos capazes de extrair grandes lições delas, sairemos 100% fortalecidas.
             A todas que estiverem (como eu) se “desapaixonando” resta um consolo: sairemos dessa experiência mais evoluídas!