SOBRA DOS MORTAIS

Tenho comigo todos os rancores guardados

E todos os machucados e a dor que ficou pra trás

Mas o pior é a vegonha de não ter com quem contar

De por mim ter me socorrido e me tratado

De ombros recusados pelo o orgulho e o egoísmo

De uma voz que murmura no fundo do poço dizendo que dói

Com olhos desbotados e desmaiados

Que perderam o seu brilho e seu quilate

Sobrevivo nesses dias sempre iguais e sombrios

E convivo com o olhar que me fuzila diariamente

Pois estou até o pescoço e que não pode passar impune

Já me levou ao limite que explodi na demência

Tenho que ser equilibrista para viver nessa corda bamba

Estou cansada dessa guerra fria

Que se disputa não sei o que

Até hoje não sei o que é disputado

Mas eu não faço parte desse jogo

Tem quem jogue, mas não sabe que está jogando sozinho

Pois não alimento o que mais quer...a guerra

Estou cheia de neste lugar

Me sentir a sobra dos mortais...

Maysa Barbedo
Enviado por Maysa Barbedo em 14/09/2006
Reeditado em 30/09/2006
Código do texto: T240026
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