Desamor
Desamor
O tempo passou e nos não percebemos o quanto ele nos prejudicou. As primeiras marcas da idade já se acumulavam na face. Assim como a rotina que devorou cada ato de amor que restou.
Tive de aprender a conviver com os seus defeitos que foram potencializados com a idade e minha juventude e beleza foram consumidas pelo comodismo, a falta de prazer e de vontade.
Somos dois tolos, não sei se ainda nos cabe amar, ou apenas suportar a presença um do outro.
Nossas palavras se esgotaram, vivemos em silêncio, pois a cada diálogo, percebo como nos tornamos distantes um do outro.
Todas aquelas palavras de amor, tornaram-se agressivas. Todos os gestos de carinho tornaram-se ofensas. Toda a alegria tornou-se tristeza, pois mesmo ao seu lado, permaneço só.
O que nos restou? Esta linha tênue entre o amor e o ódio.