A Vasta parentela do Narrador (Viagem a Terra do Nunca)

A Vasta parentela do Narrador

Joaquim Leão – Tio-avô do Narrador. Meu tio Joaquim, um homem de boa estatura, calmo e tranqüilo, marido de Zefa Cruvelo, morreu ainda jovem, de morte morrida, pouco antes de completar quarenta anos.

Zefa Cruvelo – Tia-avó do Narrador. Tia Zefa, uma mulata baixinha e carrancuda, de voz rouca e pouquíssimas palavras, era irmã de meu avô Raimundo Cruvelo, e foi casada com o também meu tio-avô Joaquim Leão, irmão de minha avó Maria Pequena num dos muitos casamentos inter-familiares que se processavam naquela época na Terra do Nunca.

Lurdes de Zefa (Maria de Lourdes) Prima em segundo grau do Narrador, filha do tio-avô Joaquim Leão e da tia avó Zefa Cruvelo. Foi quem ensinou, com muito sacrifício, as primeiras letras ao Narrador. Nascida e crescida na Terra Vermelha, Lurdes de Zefa, minha prima Lourdes, desincumbia-se de muitas tarefas para minha avó Maria Pequena, a quem era muito afeiçoada. Depois de muitos anos morando na Terra Vermelha também resolveu migrar para as terras de São Paulo, no encalço de seus irmãos, João e Pedrinho.

Maria, Zefira e Dete. Primas em segundo grau do Narrador, também filhas de Joaquim Leão e Zefa Cruvelo.

Nina – Prima em segundo grau do Narrador. Nina era a filha caçula de minha tia Zefa Cruvelo. Tendo sido abandonada pela mãe muito cedo, com menos de cinco anos de idade, Nina parecia sempre estar a ponto de chorar. Eu adorava a figura frágil de Nina, com os cabelos longos escorrendo pelos ombros, e grandes olhos negros a olhar o mundo em volta cheios de espanto. Nina era a própria doçura em pessoa e parecia, também, ser a vítima predileta das artes de seu irmão Pedrinho. Dos meninos, eu era o único que topava brincar com Nina, já que os demais a consideravam muito pequena para participar de brincadeiras de homem.

João de Zefa Cruvelo – Primo em segundo grau do Narrador. Filho de Joaquim Leão e Zefa Cruvelo. João, meu primo, fez parte de minhas primeiras descobertas na roça, um mundo até então desconhecido para mim. Foi com ele que aprendi a perder o medo de subir no pé de umbu e a encontrar com facilidade os frutos do ouricuri e do araçá-miúdo. João era um companheiro e tanto, sempre a evitar que eu me machucasse com os espinhos (literais) que infestavam as matas da Terra Vermelha.

Pedrinho de Zefa Cruvelo – Primo em segundo grau do Narrador e irmão de João. Pedrinho era o oposto de meu primo João. O moleque parecia sempre estar disposto a aprontar uma arte, apesar dos vários catiripapos que lhe aplicavam as irmãs mais velhas, sob cuja guarda ele se encontrava, depois que sua mãe, minha tia Zefa Cruvelo, resolveu arribar em companhia de Antonio de Teófilo, o Tonho Tiofi.

Manoel Leão – Tio-avô do Narrador. Meu tio Manoel, irmão de minha avó Maria Pequena, como os demais membros homens do clã Leão, era muito alto para a época, (em torno de 1.82 de altura.) sempre envergando um gibão por sobre a camisa e seu indefectível chapéu de couro na cabeça. Foi casado com Maria São Pedro, irmã de meu avô Raimundo Cruvelo.

São Pedro (Maria São Pedro) – Tia-avó do Narrador. Tia São Pedro era uma das três filhas de Pedro Cruvelo e protagonizou o casamento de número três entre os membros dos clãs Leão e Cruvelo, tornando ainda mais fortes os laços existentes entre as duas famílias (Joaquim casou-se com Zefa Cruvelo, Raimundo Cruvelo casou-se com Maria Pequena (Leão), e, passando a régua, Manoel Leão casou-se com Maria São Pedro (Cruvelo)). A última vez que botei os olhos em cima de tia São Pedro foi por volta de meados dos anos noventa, morando sozinha e cuidando da própria vida, já perto de se tornar uma mulher centenária.

Manoelito de São Pedro – Primo em segundo grau do Narrador. Meu primo Manoelito era um menino risonho e de ótima índole, além de ser um cavaleiro da melhor estirpe. Manoelito era um exímio conhecedor dos caminhos e descaminhos da Terra Vermelha, sempre a percorrê-los com seu cavalo, o qual preferia montar em pelo, apenas com um pano servindo como sela.

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Aprendiz de Poeta
Enviado por Aprendiz de Poeta em 30/07/2010
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