Hora de ir Embora.
À proximidade do caos, correr é a maneira instintiva e mais lenta de esperar a morte. A lava ferozmente se aproxima desfiladeiro abaixo. É digno esperá-la serenamente, pois, foi-se o tempo em que controlávamos correndo a natureza. Esta a vez de sermos aniquilados
Não adianta correr, o desespero é natural. Esqueça o amanhã. O que te importa?! Vejo que são dois “eus” em busca da ilusão perdida. E olha que nem lestes Marcel Proust. Há um caminho a seguir, inexorável, como dizia um amigo. Contente-se, por sorte ainda lhe resta uma casa, um local onde possa repousar os ossos. Isso é importante.
Em certos momentos as lições de moral são vazias. Nessas horas somos o que somos, humanos, demasiados humanos.
É hora de ir embora, hora de enfrentar a cama e esquecer que estamos vivos. Vivos?!
Que Deus nos tenha!
Cristiano Covas, 27/07/06.