TEMOS NÓS IDÉIAS INATAS DO CERTO E ERRADO? 
 



Temos nós idéias inatas do certo e errado, de Deus, idéias inerentes à mente desde o nascimento, anteriores a toda experiência? Com ajuda do meu filósofo de plantão Will Durant, vamos falar um pouco sobre isso. Sabe, houve uma época em que teólogos aflitos, temerosos de que a crença na Divindade desaparecesse, por Deus não haver ainda aparecido em nenhum telescópio pensaram que a fé e os costumes morais poderiam ser fortalecidos se fosse demonstrado que as idéias centrais e básicas eram inatas em todas as almas normais. Foi ai que surgiu o filósofo Jonh Locke (1632-1707) e contestou tais suposições e proclamou que todos os nossos conhecimentos vêm da experiência e através de nossos sentidos – que “nada existe na mente a não ser o que existiu primeiro nos sentidos”. Como se explica isso? É dito que a mente é no nascimento uma folha limpa, uma tabula rasa, e as experiências sensoriais escrevem nela de mil maneiras, até que as sensações produzem a memória e a memória produz as idéias. A que conclusão se chega vendo as coisas por este ângulo? Ora, se somente as coisas materiais podem afetar nossos sentidos, se nada conhecemos a não ser a matéria somos induzidos a aceitar uma filosofia materialista, levando-se ainda em consideração que as sensações são o estofo do pensamento, conseqüentemente a matéria tem de ser o alimento da mente.

O que foi veementemente contestado pelo bispo George Berkeley (1684/1753). Argumenta ele, que a análise lockeana acerca do conhecimento prova antes que a matéria não existe a não ser como forma da mente, refutando assim, o materialismo com o simples expediente de mostrar que não temos conhecimento de coisa alguma que seja material. E ataca indagando: “Não nos disse Locke que todos os nossos conhecimentos são derivados de sensações?” Isto posto, há de se convir que todo o nosso conhecimento de qualquer coisa é meramente a sensação que temos dela e as idéias derivadas dessas sensações. E diz: Uma “coisa” é meramente um aglomerado de percepções - isto é, sensações classificadas e interpretadas. Exemplificando: “protestas que teu café é muito mais substancial que um aglomerado de percepções e que o martelo que te esmagou o polegar tem uma grandiosa materialidade. Mas teu café, a princípio não é nada a não ser um conjunto de sensações de visão, olfato e tato, depois o paladar e, em seguida, conforto e calor interno. Da mesma forma, o martelo é um aglomerado de sensações de cor, tamanho, forma, peso, etc.; sua realidade não está para ti em sua materialidade, mas sim nas sensações que vêm de teu polegar. Se não tivesses sentidos, o martelo não existiria para ti; ele poderia martelar teu polegar incessantemente e, no entanto, não receber de ti a menor atenção. Ele é apenas um amontoado de lembranças; é uma condição da mente. E fica dito que toda a matéria ao que saibamos, é uma condição mental e a única realidade que conhecemos de imediato é a mente.


Pondo por terra os argumentos de Locke e de Berkeley , entra nessa jogada  um cético filósofo escocês de nome David Hume (1711/1776) que, com a idade de vinte e seis anos, contradizendo os dois, afirma  que a mente não é uma substância, um órgão que produz idéias e nem a há alma que se possa observar por trás dos processos do pensamento. E por ai vai.


Foram expostos os pensamentos de Jonh Locke, George Berkeley e David Hume. Que exponha o seu pensamento, também, baseado na sua fé cristalizada em Deus ,a minha amiga HULL DE LA FUENTE:


Minha doce amiga de infância, só você pra colocar-me nessa saia justa, mas o que posso dizer mais, além do que já afirmo sobre a minha fé inabalável?
Assim como estes três filósofos malucos e suas teorias complicadas, sobre a matéria e a mente, eu também tenho minha convicção sobre a matéria e a mente. O certo e o errado.
Possuo um corpo, feito de pó e água, mas água que pó. Esse mesmo corpo é dotado dos sentidos, tato, visão, olfato e paladar. Eu não tenho dúvidas que meu corpo é matéria e aquele martelo citado pelo Bispo Berkeley, poderá ferir-me sim, pela destruição da matéria e pela dor. 
Possuo uma alma, que é a minha mente adâmica, igual à dos filósofos, por enquanto, mas um dia terei a mente de Cristo, lá na Eternidade. É na minha alma que as emoções se realizam e também minha vontade e poder de decisão.
Tenho um espírito que é o meu inconsciente, meu universo particular,
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 11/08/2010
Código do texto: T2430947
Classificação de conteúdo: seguro