Natureza-Tempo

Um jogo fantástico: “ Natureza – Tempo”

Meu papo “Natureza-Tempo” será sempre difícil de acabar. De alguma maneira termina sempre no compromisso que temos de apreciar e cuidar. Há tempos, declarei querer ver a cara da primavera; de outra feita, só queria entender o outono... Agora, em que posso me agarrar? Confiar na cara fria do inverno com seu sussurro de vento gélido lá fora... consola. Sentir o ar que queima de leve a pelelembrando aconchego, incitando a refletir, ler, buscar recolhimento, principalmente, quando tudo na hora nos sugere isso. Inverno tem tudo a ver com sobriedade de vida e sossego de alma. Sonoridade de ventos frios, frigidez de madrugadas aconchegantes e belezas de manhãs frescas enfeitadas de céu claro e sol morno. Na verdade, de cada estação aprecio seus pendores preservando e namorando o ambiente em cada vez.

Sempre admirei da Natureza a fidelidade, a calma que consola. Desperta promessas de honestidade e de respeito sem querer nunca nos decepcionar. Se nos decepciona e prejudica podemos saber que o desrespeito foi nosso. Ela é a pura identificação da realidade da existência e dos propósitos do Tempo. Ah, novamente o Tempo! Sempre o Tempo. Eu e o Tempo. Como falar de natureza sem lembrar do tempo? Tempo regenerador, consolador, amenizador de dores as mais variadas, um embusteiro das desilusões que a vida nos impõe. Às vezes, considero-o a alma do mundo se é que isso pode ser ousadamente considerado. Ele nos mostra a vida em toda a sua crueza, desdobrando a pura realidade, sejam os fatos bons ou ruins, sem deixar de nos confortar depois.

Em etapas, abre nossos olhos como que para limpa-los da névoa de uma estúpida ingenuidade que descuidados podemos carregar, induzindo ao sofrimento; espécie de ilusão que nos faz conhecer, dosar e nos desvencilhar ( nem sempre sabemos) para o enfrentamento das inevitáveis decepções surgidas nos caminhos da vida. Atribuem-se à mentira pernas curtas, mas eu, por minha pura sugestão, acho que o Senhor Tempo caminha com pernas largas para deixar dona mentira para trás. Quanto já falei do Tempo e quando deixarei de mencioná-lo em minha peregrinação! Será sempre meu objeto de respeito e de aprendizagem.

Tempo e Natureza se confundem e fazem o mundo. Através deles nos saciamos de prodigalidade, força, presteza, maturidade e pureza. Assim, enquanto o inverno derruba das árvores as folhas frias, amareladas e secas num prenúncio de novas ramificações, sigo agradecendo e respeitando a vida com a certeza de que às desilusões se sucederão novos tempos e novas oportunidades- são as regras do fantástico jogo - “Natureza – Tempo”. Jogo da verdade, jogo de Deus.

Evane
Enviado por Evane em 14/08/2010
Código do texto: T2438277
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