Votar ou não votar? eis a questão!

Democracia, regime político de governo que significa: "Do povo, pelo povo, para o povo".

Sempre que em minhas aulas, eu abordo este tema, uma voz interior me indaga a respeito da veracidade deste conceito. E como não poderia deixar de ser, neste ano de eleição, não é só a minha voz interior que me interpela acerca deste assunto, mas principalmente as pessoas ao meu redor.

O que mais tenho ouvido, é que estamos prestes a ficar "órfãos". Pergunto o porquê desta afirmação, e a resposta de todos, tem sido a mesma, ou seja, há uma insatisfação geral quanto aos candidatos a escolher para o cargo de Presidente da República.

Fico me perguntando, por que será que não encontro ninguém que me responda, simplesmente, que irá votar em A ou em B, porque acredita em sua plataforma eleitoral?

Se a democracia é o "governo do povo, pelo povo, para o povo, por que temos que votar, não em quem acreditamos, mas num determinado candidato escolhido sim, pela coligação de alguns partidos? cadê nossa escolha? cadê aquele candidato que nos encanta com as suas ideias, e com o qual nos identificamos?

A escolha não é do povo, somos levados a votar por imposição, pelo simples fato dos parlamentares terem dado um jeito legal, de nos ludibriar, através de suas "leis" e apesar da "democracia", obrigando-nos a votar "naqueles" que eles querem, e não naquele que seria o candidato da real vontade popular. Ou seja, por mais que o tempo tenha passado, desde a nossa colonização, o nosso "bom e velho voto de cabresto" está bem aí, apenas disfarçado com termos e nomes sofisticados, como o "candidato dessa ou daquela coligação".

Mas, o que mais me entristece, é ver como nós brasileiros continuamos permitindo que isto aconteça. Toda esta reflexão me faz lembrar a famosa e polêmica frase de um então Presidente francês, que numa de suas entrevistas afirmou: "O Brasil não é um país sério". É lamentável, mas quanto mais o tempo passa, mais suas palavras se tornam verídicas, quando vemos chegar o tempo das eleições, e assistimos às pessoas venderem seus votos por camisas, bonés; e candidados com fichas mais sujas que pau de galinheiro, terem da justiça eleitoral, a permissão para se candidatarem a cargos de alta importância como Deputado federal, estadual, governador, senador, entre outros.

Os anos passam e os políticos são os mesmos. Aqueles "Coronéis", de nosso triste e pobre passado, continuam no poder através de seus netos, bisnetos, filhos. E com eles, continuamos a perpetuar uma sociedade "patriarcal", onde as minorias continuam a sofrer uma discriminação silenciosa, que não permite uma mudança real em nossa pirâmide social. Os "brancos" elitizados sempre no poder, e a massa popular, que é quem realmente constrói este país, sempre embaixo, sem a mínima chance de emigrar e chegar ao topo.

O importante, e que digo sempre a mim mesma, é não desistir de sonhar. Sonhar que o nosso povo evolua intelectualmente, de modo que saiba escolher melhor seus governantes, e principalmente, sonhar para que os brasileiros e brasileiras mudem essa postura de acomodação, e de falta de compromisso e responsabilidade social, pois só assim haveremos de reformular estas leis que estão aí, e que só beneficiam quem já é por vida, beneficiado.

É isso aí gente, a luta tem que continuar, e o sonho de um país que oportunize a seus filhos, uma vida dígna e próspera, não pode deixar de existir, já que só assim, transformaremos para melhor este nosso lindo e rico país.

Wanusa Pinto
Enviado por Wanusa Pinto em 16/08/2010
Reeditado em 16/08/2010
Código do texto: T2441415
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