Loucura

Loucura

Quem pode dizer onde termina a razão e começa a loucura...até onde vai a sanidade de cada pessoa... será que existe mesmo sanidade ou a loucura nossa de cada dia tem lampejos de lucidez entremeada por um excesso de cuidados...

Quem dirá ser prova concreta da razão em estado de tensão absoluta...atado aos desmandos da cruel domesticação da vontade...ou circunscrito num lúdico jogo de pedras marcadas...

Quem se arvora bater no peito e proclamar senhor dos seus atos...consciente dos reflexos, estando ladeado de risos e grunhidos torturadores e incessantes...quando nem se pode fugir do palco da tragicomédia...

Quem pode na platéia esconder o riso ou as lágrimas...demonstrar mansidão comedida...enquanto o espetáculo da vida é tecido e regido pelos fios tênues da suas próprias mãos....

Até quando se pode manter contido num frasco frágil tantos dilemas e perguntas sem respostas, sem que o estopim se acenda pela própria ação do calor inflamado pela pressão interior...

Não existem delitos...advindos da loucura que grassa no grande circo dos horrores...nem tampouco sanidade suficiente para segurar ao pé da razão os marionetes do grande espetáculo...

Se fia todos os dias a paciência...como num mosaico de peças miúdas...colhidas uma a uma, com a única finalidade de demonstrar uma aparente sanidade...

E ao final, quem pode assegurar que a vida não passa de uma grande e vil mentira...

onde a loucura transvestida de razão passeia pelo palco em busca de aplausos...e a sanidade...esta se diverte loucamente nos botecos...enchendo a cara...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 26/01/2005
Código do texto: T2449
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