Na internet pode, na vida não.

Incrível como hoje somos tentados a nos privarmos cada vez mais da vida e a nos liberarmos em demasia na internet. Trocando em miúdos: cada vez vivo menos com pessoas reais e mais com gente virtual.

E olhe que, por incrível que pareça, excetuando-se pessoas que mentem, realmente encontramos verdadeiros parceiros nesta vida online enquanto que não conhecemos os vizinhos da esquerda e da direita.

É uma tendência atual não conversarmos com estranhos, nos escondermos cada vez mais das pessoas com as quais convivemos e termos medo de quem quer que seja que se aproxime sorrateiramente. Olhe, olhe que não tarda para não oferecermos nem água de casa. Primeiro porque todos agora tomam água mineral e é caro. Segundo não confiamos em quem se aproxima para pedir um copo com água na rua. É a modernidade!

Mas, por outro lado, nos sentimos à vontade para mostrarmos nossos bens materiais e humanos nos sites de relacionamentos e Cia. Lá apresentamos nossos filhos, nossos parentes e amigos, nossas casas e carros e, claro, a nós mesmos.

Quem freqüenta nossa rede sabe mais de nós que nós mesmos. Isto porque vamos acrescentando coisas e mais coisas depois não dando conta do que foi acrescido até encontrar alguém na rua que mete medo dizendo: Olá, você é meu amigo no site. Como é legal sua casa. Sua filha é linda e seu filho trabalha no mesmo hospital que o meu. Não gostei da sua última foto, a anterior lhe deixava mais bonita. Aguarda que quando eu chegar em casa te mando um recado. Thau!

Pronto! Lá se vai um amigo da sua rede social. Ele vai te mandar um recado quando chegar em casa. Vê se lê e responde, certo?

Mas é muito engraçada esta vida. Isto me lembra um caso que ouço falar desde criança.

Havia uma moça que não saía de casa, nunca. Não gostava. Era dedicada aos pais e nunca havia namorado. E olhe que já ia pelos trinta anos ou mais. Um dia chegou um primo na casa. Passar uns dias. Pois não é que levou a menina para a casa dele? Lógico que casada, é claro. Naquele tempo o povo casava mais do que hoje e experimentava menos.

Pra você vê, até que podemos sair de um status rapidamente: tudo vai depender de nossas redes sociais.

Francilangela Clarindo
Enviado por Francilangela Clarindo em 20/08/2010
Código do texto: T2449733
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