Mistura de raças

Foi muita sorte, não sei se guiados pelos ventos do sul ou se pelos ventos do norte, escapei da morte no dia do meu parto! Andei por várias trilhas e a lei da família eu chutei pro alto, nas tábuas da beirada por longas estradas meus pés percorreram.

Preocupado com meu colesterol levei meu pescoço no “cerol”! Você condenou-me por não ter nascido de gravidez planejada! Não tenho culpa se você nasceu de um casal que regressava de uma “balada”. Esta transada sociedade alternativa proporcionou-me uma vida atrevida.

Numa noite show de tropicália conheci minha amada “Amália”, mas vivi demais, tive os meus ais, e num show de rip-rop Amália apaixonou-se pelo DJ Bil. Agora sei porquê sou assim, sou um estrangeiro dentro de mim! Tomo um purgante para digerir meu lado conflitante.

Ao desaguar numa nova vazante quando os meus fantasmas se distanciam de mim. E mesmo de cima do muro eu vejo o meu sangue puro das três misturas de raças. E quando desço da escada com saudades de minha vaca malhada não me contenho “flui o me sangue índio eu vou dar uma pescada”.

Quando chega o meio dia eu sinto uma coisa fria, meu sangue negro “aquiece” dou uma escapada tenho necessidade de dar extensiva dançada e quando a tarde chega é uma loucura, tento retornar para minha clausura mas volta minha estupidez, flui meu sangue português, lembro-me de minha “Inês” eu tento abrir uma nova “padaria”, pois sei que ela foi embora de vez, por que tem que ser assim! São três pessoas dentro de mim! E fingindo de louco distancio-me um pouco de todas as minhas loucuras.