Cada dia que passa é um dia a menos na vida ou a mais, depende da gente

Não quero e não gosto de pensar que a vida passa depressa demais. Por escrever sobre esperança, felicidade, amor e sonhos, não deveria ser triste ou ficar deprimida. Mas sou como todos tenho sentimentos, sinto alegria e tristeza, choro e rio. E hoje amanheci assim, cheia de questionamento sobre isso ou aquilo, sei também que vai passar, pois na vida tudo são momentos bons ou ruins, amor e desamor, lágrimas e sorrisos. Olho para trás e revejo quantas coisas vivi. Fui criança feliz que brincou de roda e de corre-corre, fiz balé, queria ser uma grande bailarina.

Fui adolescente com as mesmas preocupações dos adolescentes de hoje, espinhas e cravos, engordar, emagrecer e sem dúvida muitos namorados ou “ficantes”, como era bom namorar, beijar, principalmente quando dei o primeiro beijos, tremia mais que tudo de emoção, mesmo sem saber como devia abraçar e beijar... claro que aprendi bem rápido.

Fui uma jovem bonita e atraente,... Isto é, chegava a chamar atenção por onde passava. Conheci meu marido aos quinze anos, ele com dezenove, duas crianças, procurando ser feliz. Casamos cedo, nossa que sufoco! o dinheiro mal dava para as despesas, também estudava em uma escola particular, cursava o 2º ano de magistério, quase desisti de estudar. Nossa vida era cheia de muito amor, isso nos ajudou a superar as crises financeiras.

Filhos demoraram a chegar como dizia a minha avó, tudo há seu tempo. Depois de quase sete anos de casados nasceu meu primeiro filho, logo vieram mais duas meninas.

A vida continuava com dificuldades, mas sempre o amor prevalecendo, pois a vontade de dar a volta por cima era muito grande e continuávamos a buscar sonhos para torná-los realidade. As crianças cresceram e cada um procurou caminhos na vida, estudando e trabalhando. Conheceram seus amores e casaram.

De repente me vi só, isto é, sós, eu meu marido ficamos perdidos numa casa enorme, sentindo falta das conversas, músicas altas e discussões, que sempre acabavam bem.

Por mais que tentamos em não nos preocupar com a vida de nossos filhos é inevitável, não conseguimos.

De repente a solidão se abateu sobre nós, os questionamentos tomam conta da gente e começa a fazer parte do dia a dia. Quando jovens não nos afetava em nada, pois vivíamos intensamente, sem nos preocupar com o dia de amanhã e com o envelhecer. Estamos como no início reiniciando uma vida a dois diferente ainda com alguns sonhos e planos baseado no tempo que se tornou muito importante, cada dia que passa é um dia a menos na vida ou a mais, depende da gente.

A saudade é constante das coisas já vivi. Sinto saudade de sentir vontade de fazer amor, claro que faço isto de maneira diferente, faço amor num olhar, no carinho e na companhia um do outro.

São sentimentos que me envolvem deixando às vezes triste, por saber que não sou mais aquela menina, que um dia tremeu de emoção ao dar seu primeiro beijo e que hoje se emociona com o sorriso de minha netinha Isis e a felicidade em saber que serei avó novamente.

A emoção toma conta de minha vida, sempre a procura de sonhar e fazer deste sonho realidade através dos momentos e do tempo vivido.

Blog "ARTE DE VIVER" : http://www.jocelema.blogspot.com

JÔ ANDRADE
Enviado por JÔ ANDRADE em 27/08/2010
Reeditado em 27/08/2010
Código do texto: T2462441