Desprezados.

“O poeta é um destinado do sofrimento. Do sofrimento que lhe clareia a visão de beleza”.

“Sou completamente louco, mas um louco consciente”.

“Eu gosto dos que tem fome, dos que morrem de vontade, dos que secam desejo, dos que ardem”.

Libertos do mundo, vilipendiados, doentes, repudiados. Porquê será que a sociedade rejeita tantos os loucos? Será que é devido ao medo de serem eles os portadores da verdade? Galileu foi chamado de louco, entretanto, estava certo. Einstein foi chamado de louco, todos os grandes nomes desta terra foram chamados de loucos. E mesmo após tantas confirmações a respeito de uma insanidade construtiva a sociedade continua a desprezar o diferente. Fato é que todos os grandes pensadores são homens à frente de seu tempo, talvez por isso seja difícil cobrar que a sociedade os entenda.

Porém, está máquina de intrigas que é a sociedade não rejeita apenas os classificados como loucos, rejeita também os seus enfermos, os portadores de necessidades especiais e etc. Parece que é preferível ignorar a dor dos que sofrem e buscar distração em qualquer coisa, ignoramos as doenças, a morte e etc. Mas, mesmo assim ele um dia chegará para todos. Já notaram que as arquibancadas dos estádios de futebol estão sempre cheias, fazem filas quilométricas para comprar os ingressos, mas não existem essas mesmas filas para se prestar algum serviço comunitário. Muitos chegam até a deixar os seus entes queridos sem visitas em um leito de hospital, mas talvez essas mesmas pessoas não esqueçam de assistir a um jogo da final!

A verdade é que vamos acostumando, vamos acostumando a ver os jovens talentos se apagarem por falta de investimento. Afinal, já há tantos jovens deslocados! Que diferença faria um a mais ou menos? É sempre melhor julgar um promissor talento como louco, doente. É sempre melhor crer que o jovem malabarista do sinal não passa de um pivete.

Sim, eu sou mais um louco, uma alma carente que não encontrou o seu espaço. Sou apenas um jovem escritor, pobre poeta que precisa se acostumar a ver a sua arte tornar-se sinônimo de vagabundagem. Sou apenas mais um ignorado entre tantos, e quem sabe eu esteja realmente ficando doente. Tudo bem, “sou meio triste e acho graça, tem tanta gente triste que disfarça”. Que chato, só não queria ver meus versos se perderem tão tristes!

Buendia
Enviado por Buendia em 28/08/2010
Código do texto: T2464669
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