Apelo dramático

Estamos às portas de importantíssimo momento na história do Brasil. As eleições. Candidatos à Presidência da República, a governos estaduais, ao Congresso Nacional e às assembleias dos vinte e sete estados disputam o voto do eleitor consciente. Também se beneficiam do sufrágio do analfabeto, do oportunista e dos que, despolitizados ou comprometidos com a corrupção, dão asas ao instinto criminoso de concorrentes despreocupados com a segurança pública, saúde, educação e o desenvolvimento nacional.

Aqui, em Brasília, serão preenchidos cargos para governador, senadores e deputados distritais. As mesmas bestas de ontem elegerão os bandidos de amanhã, excetuados, do bando, meia dúzia de cidadãos de bem. O homem honesto, de boas intenções, nem sempre consegue os votos necessários à confirmação de seus bons propósitos.

As campanhas são fartas de promessas. A quase totalidade, porém, carece de veracidade. A verdade nem sempre está com os que propagam ser honestos e de ter a “ficha limpa”, cuja superfície será oportunamente manchada pela sujeira da desonestidade, característica de nove entre dez políticos pleiteantes a cargos eletivos.

Eles mentem muito.

Prometem demais.

E nada cumprem.

O futuro do verbo prometer, se conjugado por qualquer político, seria “não cumprirei”.

Sou assíduo leitor do maior livro do mundo: A Bíblia. Esse precioso instrumento da boa conduta, da vida correta, da prática do bem e do amor ao próximo é completamente desconhecido dos políticos. Deus disse: “Não furtarás, não dirás falso testemunho contra o teu próximo, não cobiçarás a sua casa nem coisa alguma que lhe pertença” (Êxodo, capítulo 20, versos 15, 16 e 17).

Eles fazem exatamente o contrário. Roubam desavergonhadamente os parcos recursos da saúde, do ensino das crianças, da merenda escolar e da segurança do cidadão; dizem mentiras, denigrem a reputação de adversários, fabricam dossiês com estórias que somente eles, os aloprados, são capazes de produzir; e ainda cobiçam os bens do Estado, a sua riqueza, o seu patrimônio, locupletando-se de regalias que ninguém mais é capaz de usufruir. E o povo, mal informado, aplaude, elevando às alturas as atitudes perversas, nepotistas, apadrinhadoras, desonestas e desiguais dos que as praticam.

Os políticos parecem intocáveis pela Justiça, que rara e displicentemente os acompanha, com os olhos vendados, beneficiando-os com a impunidade.

Misericórdia, Senhor!

Ouve poderoso Pai, a voz de grande parte do povo brasileiro que clama por justiça! Retira de nosso meio o político prostituto, que vende sua participação parlamentar por dinheiro, abraça a desonra e aliena seus princípios; expulsa, Senhor, do Congresso Nacional, dos palácios estaduais, das assembleias legislativas e da câmara distrital, em Brasília, os que provocam inimizades, dissensões e invejas.

E os que roubam.

Veja meu Deus, que são muitos!

Mas para Ti nada é impossível. Castiga-os, portanto. Tu mesmo disseste: “Não herdarão o reino dos Céus os que tais coisas praticam” (Gálatas, capítulo 5, versículo 21).

Estende a norma divina aos maus políticos do Brasil.

Não Te esqueças, Mestre, de abençoar os homens honestos, de bom proceder e de boa vontade; a esses, dai-lhes o que for necessário para que, estando fartos, não esqueçam o eleitor que os distinguiram com seu voto, ou que, empobrecidos de apoio, não venham a furtar e a distribuir a rapina com seus aliados, como fizeram os mensaleiros em passado recente.