SOBRE A POSSE

Sem dúvida o sentimento de posse, quando levado ao extremo, é danoso para os envolvidos.

Creio, porém, que exercido na dose certa, chega a ser um tanto necessário, pois sua total ausência pode ser interpretada como indiferença e talvez seja preferível ser objeto de posse a de ignorância

ou desprezo.

Certamente o ser humano é imperfeito ( assim não fosse não seria humano ), sujeito portanto a todo e qualquer tipo de sentimento.

Mas, da mesma forma , é capaz de superar-se e principalmente de amar.

E é o amor que o torna capaz de partilhar (ou compartilhar, meu verbo preferido !) doar-se, dividir-se.

É claro que em se tratando de um artista, é perfeitamente normal o sentimento de posse por sua obra.

Entretanto, o amor tem nos dado amiúde vários exemplos de ausência de posse ou egoísmo entre pais e filhos, irmãos, companheiros e até mesmo entre simples amigos.

E, em casos raros e admiráveis, entre desconhecidos, no exercício do amor humanitário.

Lamentavelmente, os defeitos são sempre mais visíveis do que as qualidades.