Azedume

Pessoas azedas, mal humoradas crônicas, são muito chatas. No entanto, conheço pessoas azedas que são maravilhosas. Ainda não descobriram a própria luz.

É difícil conviver com elas, por mais que se aprecie sua companhia. Mesmo nos momentos mais hilários, nas situações mais engraçadas, conseguem encontrar o lado chato e estragar a alegria do momento.

Desde que uma amiga passou a me responder que “quem tem pena se despena”, reflito antes de expressar algum sentimento pelos azedos.

Ser ou não, assim, é uma questão de opção, não de dificuldades que o azedo vive.

Sábado vi, entre um grupo de pessoas que se despedia alegremente ao retirar-se de mais um encontro de grupos da terceira idade, um homem relativamente jovem, que acenava alegremente, de estatura muito menor que os demais.

Quando se aproximaram de onde eu estava, vi que ele caminhava sobre os joelhos.

Embora sua deficiência, estava lá, entre aqueles jovens de mais tempo, divertindo-se como nada o diferenciasse dos companheiros.

Motivos para queixas, acredito todos tenhamos, mas em nada nos ajuda alimentarmos os sentimentos de menos valia. Para construirmos para nós e as futuras gerações, um mundo melhor, é necessário mudarmos nosso comportamento, abrirmos o olhar e o coração não só para o lado melhor, mas também aprendermos a avaliar o lado ruim, pois nem tudo é tão ruim quanto parece.

Além disso, o que é ruim para alguns, não o é para outros. Às vezes, o ruim é bom, pois com ele aprendemos a valorizar o bem que nos rodeia, assim como o bem constante, pode nos cegar quanto à necessidade de nos mantermos alertas para que não venhamos a provocar o mal aos outros.

Percebe-se a diferença entre pessoas azedas e aquelas que costumam administrar com otimismo seu dia-a-dia. Os primeiros têm um semblante pesado, marcas de expressão arqueadas para baixo. Os segundos, como costumo falar, têm rugas alegres.

Proponho deixarmos o azedo para a salada... 06/09/2010.