Um presente do futuro passado
Isso que dá
Um nó na garganta
Vontade de gritar
E o grito sai baixinho
Quase a desesperar
Mas ninguém escuta
As pessoas são surdas
As pessoas são mudas
Ninguém mais ajuda
A desentalar
A hora que passa
Soluço me abraça
Eu quero é de graça fugir
A fuga alivia
Mas não cura feridas
A dor mais imensa não há
Que a dor de ver o tempo passar
E a gente a esperar
Quem espera não planta
A planta não nasce
Dos frutos a esperança
E a gente nunca alcança
O futuro chegar