Entre Quatro Paredes

Quando a porta atrás de nós se fechou

Deixando amostra o azul desbotado da sua cor

Do lado de dentro

O quarto ficou pequeno para nós

Ali dentro entre quatro paredes nada mais importa

Apenas o encontro de dois seres se conhecendo mutuamente

A janela entreaberta deixava entrar a luz do dia

Trazendo com ela o suave frescor do vento adocicado

Da tarde quente de outono

Encostada na parede a cama solitária mostra-se cúmplice

Não ouve, não vê, não fala, apenas talvez sinta

Esquecendo o tempo lá fora os dois seres se entregam

Em gestos de carinho e prazeres

Roupas são atiradas pelo chão de tul

Deixando transparecer a ansiedade caliente

E o desejo incontido

Não existe pecado apenas um ato eloqûente

Capaz de transformar o momento audacioso dos amantes

Num mundo de ternura e paixão

Em meio a conversa informal beijos pelo corpo

Toques molhados de carinho

Não interrompem o ato de amor

Dos corpos já quase flutuantes

A água fria que cai no corpo ainda quente

Não foi capaz de apagar a imagem vista na volta do quarto

Sentada na beira da cama

A mulher sorrindo pelos poros e a lingerie e camiseta

Prometia um novo encontro numa tarde qualquer

O cheiro do corpo fica incrustrado da marina

Trazendo a tona o momento

Que irá acontecer outro dia, outro lugar, outra hora

O mesmo par