"Paulicéia Desvairada".

Entre os dias quatro, cinco e seis de novembro, sábado, domingo e segunda, estive na velha e boa Capital do Estado de São Paulo, rodeado por sua aura de dinamismo e decadência.

Visitei todos os pontos marcantes de minha vida passada naquela Desvairada: Santana, Vila Mariana, Ibirapuera, Rua Augusta e Centro Velho. Como sempre, me comovi.

Sozinho e à pé perambulei até minhas pernas perderem o comando. Bebi vinho tinto seco e viajei na maionese, apesar de lá só ter mostarda.

Acho que quando eu morrer, antes de ir diretinho para o céu, beber com Nelson Rodrigues, que é carioca, vou dar uma passadela por esses pontos marcantes a fim de me comover mais uma vez, a última que seja, desta vez em estado anímico. Atravessarei a Alfredo Pujol; descerei a Domingos de Morais e a Sena Madureira; beberei vinho tinto seco na Augusta, quando cruza com a Luis Coelho, num botecão de esquina e vagarei ébrio pela Av. Paulista, desembocando, via Brigadeiro Luis Antônio, no Centro Velho, onde em tempos idos adquiri livros não menos velhos, no Sebo do Messias, que, a pesar de não ser profeta, me deu uma boa visão do Mundo.

Por fim, causarei um arrepio nas putas da Av. Liberdade e descerei na Estação Tietê, rumo ao firmamento...

07.11.06.

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 10/09/2010
Reeditado em 05/06/2013
Código do texto: T2489622
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