Mário Sérgio um homem que incomodou demais

Quando um torcedor, senti que algo não vai bem, pode-se considerar comum, mas quando milhares de torcedores, inclusive a imprensa acham que há algo errado, talvez seja um caso para se pensar. Talvez nesse esporte nem pensássemos muito, porém o futebol acaba também nos tornando técnico além de torcedor.

O Ceará Sporting Club é um caso de amor e ódio. Se for bem a imprensa encontra um defeito: - Parece que o zagueiro não teve vontade de ir à bola. Ou aquele dito: - ganhou, mas não convenceu. Se perder, é um Deus nos acuda a culpa é do treinador, da diretoria.

Perder até pode, quem tem o direito para cobrar de um bando de jogadores desmotivados pelo que mais tinha de motivá-los, seu treinador? . De cara afastou a imprensa do time, depois a torcida, por fim mexeu na melhor zaga do Brasil e não melhorou o pior ataque da competição.

No Brasileirão parece uma guerra, os que têm mais recursos (olha o caso do Fluminense) e os que ganham pouco, no caso o Ceará, como falou seu ex-treinador Mario Sérgio: dizendo que um jogador do Fluminense paga a folha salarial completa do alvinegro de Porangabussu.

O professor Pardal (apelido de Mário Sérgio dado pelo Tostão) falava do time em 3° pessoa como um comentarista, não um treinador, comparando resultado em campo com conta bancaria como se ganhar mais dinheiro levasse o time à vitória; se fosse assim poderíamos ter como astro de futebol o apresentador Faustão, afinal ele ganha cerca de um milhão por mês. Já pensou ele fazendo um gol de bicicleta?

No futebol as coisas não costumam seguir a lógica de quem têm mais recursos. O Palmeiras tem o treinador como um dos mais bem pagos do Brasil e está atrás do Ceará, aquele clube que o Mário Sérgio disse que lutaria para não cair. Será que ele perguntou aos jogadores se eles lutavam somente para não cair? Será que eles não almejavam vôo maior como, por exemplo, uma vaga na Copa Libertadores da América?

Se fossemos ver com um olhar desprendido, talvez observássemos com clareza, meninos verdadeiros anjos, dos campos de terra batida, da periferia do Brasil, brilhando pelo mundo a fora, sabendo que o dinheiro não compra talentos vindos desde nascido, um dom, uma magia de futebol.

Aliás, Mário Sérgio não se cansou de menosprezar o seu próprio time, até ao ir embora foi irônico: - tudo bem presidente, quem manda é o senhor. Ao receber a ligação do mandatário do clube, Evandro Leitão sobre sua demissão. 21 dias em Fortaleza, uma vitória, um empate, cinco derrotas de 3° para 11° lugar e trezentos e vinte mil reais no bolso. Sendo assim é justificável para o Ceará agradecer ao “bom” trabalho do treinador. Se todos fossem iguais a você, talvez não tivéssemos mais jogadores, teríamos que chamá-los de escravos.

Como todo final parece feliz, o do Ceará é determinado a isso, Dimas Filgueiras um amante do Ceará que o diga, ao assumir o time após a demissão do Mário, foi festejado pelos jogadores, até os renegados, entre eles Clodoaldo soltaram fogos. Parece que as correntes de um preconceito estavam caindo por terra, talvez no gramado do Castelão em mais uma vitória alvinegra. Na verdade deveríamos agradecer ao Professor Pardal. Por quê? Ele nos fez ver, o paraíso não é um sonho, mas é real, somente enxergamos quando temos a noção, de que tem um terrível tirano no humilhando.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 11/09/2010
Reeditado em 26/10/2015
Código do texto: T2491792
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