13 de setembro de 2010.
    Acordei na madrugada de hoje com o toque do telefone.
    Acendi a luz do quarto e vi que no relógio da parede marcava duas e quarenta e cinco.
    Na hora invadiu-me tristes pensamentos, pois há dias aguardava notícias (que geralmente sempre ocorrem fora de horas) de meu irmão mais velho que se encontrava com doença terminal.
    Ao atender fui informado que ele havia falecido e que seu corpo já estava num velório da cidade em que residia.
    Se minhas reflexões sentimentais me anuviavam o espírito, aquela notícia o escureceu de vez!
    Conservando a serenidade, me preparei para sair, evitando todavia acordar minha esposa, pois deitara-se tarde cansada do labor do dia anterior. Naquele caso ela poderia ir depois, para assistir o sepultamento.
     Calmamente me preparei e após um breve aquecimento no motor do carro parti.   Num percurso de aproximadamente trinta quilômetros pude conciliar muitos pensamentos, todos porém, embuídos de melancolia.
     Depois de meia hora cheguei ao velório e pude ver meu irmão, deitado, inerte no caixão e tendo rosto sem vida, porém irradiando paz. Fora um lutador!
     Trabalhara até se aposentar, operando motoniveladoras e outras máquinas de terraplanagens, na conservação de estradas pelo D.A.E. Era muito vivo e inteligente, entretanto ali estava ele!          Não! Eu não queria acreditar que ele nunca mais faria ação alguma! Não dava para acreditar!  
     Meus olhos marejaram de lágrimas. Ali estavam os filhos, a esposa e alguns parentes, que como eu,  foram para prestarem a homenagem da presença, embora por um período breve, mas que ficariam marcados nas memórias de cada um de nós.
     Com o passar das horas chegou o momento em que ele deveria ser sepultado. Para tanto havia uma campa da família, porém em minha cidade, numa sepultura em meio a uma bucólica jardinagem, com flores dos mais variados matizes enfeitando os arredores.
     Foi assim que por volta das catorze e quarenta e cinco eu já me encontrava novamente em minha casa. Foram exatamente doze horas cheias de sentimentos, não só de minha parte, mas por todos os familiares.
     Coloquei aqui esta crônica como um memorial do dia 13 de setembro de 2010, em que meu irmão, Norival Coimbra,   deixou corporalmente, a superfície da terra!