CHUMBO

A comodidade do ser humano é algo proposto subliminarmente para todos nós desde nossos primeiros passos. Por comodidade, pessoas desistem cada vez mais de si mesmas (e de sonhos) diante de desafios.

O preconceito é um desafio.

Embora disfarçado, existe muito preconceito com respeito a quem vive de arte, de cultura útil ou através de sua criatividade. Conduzir uma vida pelo caminho mais comum é a regra do fraco que abandona os sonhos.

Num mundo onde gastamos 37 calorias procurando o controle remoto da TV, mesmo que isso signifique passar em frente à mesma três ou quatro vezes, não é de admirar que a preguiça não seja mais considerada uma grande falha de caráter.

Intelectualmente falando, a preguiça criou algumas estatísticas tristes e verdadeiras. É alarmante que mais de 75% das pessoas que começam ler um livro o abandonem antes de chegar a sua metade. É alarmante perceber que as publicações que mais são consumidas hoje em dia são aquelas voltadas à fofocas e futilidades.

Infelizmente algumas pessoas talentosas não podem mostrar quem são por desistirem no meio do caminho. O desafio de ser quem realmente somos assusta os mais fracos.

Nutrir crenças limitadoras já derrubou impérios e pode acabar com muitos talentos que sucumbem à vida cotidiana. Quando superamos nossas crenças limitadoras, adquirimos a capacidade de criar nossos próprios momentos de satisfação, o nosso futuro e o nosso destino.

Alquimista é o nome que se dá àquelas pessoas que transformam chumbo em ouro. Se é verdade a transformação física, não vem ao caso, podemos decodificar a proeza apenas como uma metáfora sobre o desenvolvimento do desenvolvimento humano.

Podemos refletir no chumbo como sendo o homem em conjuntura bruta, animal, hipnotizada, um ‘bate-orelha’ ignorante. O ouro é o avesso. É o homem em estado enaltecido, desperto, autoconsciente e extremamente humano.

Hoje, tenho visto muitos casos de alquimia ao contrário.

Que nosso coração não se torne chumbo apesar da vida ser como ela é!

Afinal, a vida é o resultado do que nós permitimos que aconteça.

Martins Filho
Enviado por Martins Filho em 16/06/2005
Reeditado em 16/06/2005
Código do texto: T24992