UM ESTRANHO NO NINHO

UM ESTRANHO NO NINHO

Dialética: arte de separar, distinguir as coisas em gêneros e espécies, classificar idéias para poder discuti-las melhor (cf. Platão, Sofística, 253c)

A capacidade de viver em grupo e em harmonia constitui o desejo da maioria das pessoas de bem. No entanto, as divergências existem e a convivência dos contrários é salutar, devendo ser estimulada. Na Grécia antiga, Sócrates, como outros pensadores, chamava isso de Dialética: “pensamentos diferentes sobre um mesmo assunto eram submetidos a um raciocínio lógico, no sentido de buscar a verdade”. Quando comecei a participar do Recanto, notei que muitos dos meus amigos recantistas defendia um pensamento político neoliberal afinado com a oposição.

Na verdade, não posso concordar com uma política neoliberal em um país desigual. Pois tal prática iria com certeza acentuar as diferenças sócio-econômicas entre as pessoas: “quem pode pagar, teria tudo e o restante ficaria inevitavelmente com as sobras”. Desigualdades estruturais iniciadas desde o descobrimento, as quais, temos o dever de corrigir. Ao longo de nossa História esses problemas foram perpetuando e em alguns casos, acentuando a sua gravidade.

Portanto, na atual conjuntura, a atuação do Estado tem que ser forte tanto na economia, quanto na educação, não se pode passar tudo para iniciativa privada, como defende a política neoliberal. Durante o governo passado houve uma transferência sistemática de atividades para iniciativa privada, antes realizadas pelo Estado. O argumento era um só: “com a venda das empresas estatais, o país poderia quitar a dívida externa, evitar a corrupção e iniciar o seu desenvolvimento”.

No entanto, essas pretensões não foram conseguidas nesse período de governo.Primeiramente houve o saneamento dessas empresas e depois foram "vendidas". Esse “saneamento” representou a injeção de grande capital pelo governo nessas empresas e a demissão em massa de trabalhadores.O dinheiro da venda sumiu, ou foi irrisório. Por exemplo, A Vale do Rio Doce foi privatizada,sendo que mesmo antes de ir para iniciativa privada, já era a empresa mais lucrativa do ramo no mundo. O valor da transação foi pago pela empresa compradora com o lucro do primeiro ano, um "negócio da China".

A Petrobrás e Banco do Brasil só não foram privatizados na sua totalidade, graças à atuação do povo e dos militares. Por outro lado, a Educação foi completamente esquecida. Na Universidade pública foi criado um plano intitulado de PDV (Plano de Demissão Voluntária), que mandou milhares de servidores para rua. Durante esse famigerado governo (10 anos), não houve sequer um reajuste salarial. O atual governo, ao contrário, melhorou consideravelmente o salário dos servidores das universidades. Principalmente, gratificando quem tinha titulação. Curiosamente, uma preocupação vinda de um presidente sem nível superior. Também, percebeu-se a criação de diversos cursos técnicos e aumento das vagas e de novos cursos universitários.

Logo, percebeu-se no presente governo, uma forte atuação do Estado nas áreas econômicas e educacional. Com uma preocupação mais voltada para o bem social da maioria. Infelizmente, tal desenvolvimento ainda é financiado pela emissão de títulos da dívida pública,que acaba transferindo renda para os mais ricos, pelo pagamento de juros. Mesmo assim, o poder aquisitivo do POVÃO tem melhorado. Basta dizer que o salário mínimo aumentou em termos reais, mais ou menos, 3 vezes em relação ao pago no governo anterior.Ademais,o bolsa família (12 milhões de pessoas favorecidas), PROUNI, LUZ PRÁ TODOS, aumento de crédito para pessoas de baixa renda e o PAC são programas responsáveis efetivamente pelo aumento do poder aquisitivo das classes C e D.

Simplesmente, demonizar ou beatificar esse ou aquele candidato não é correto, pois pode não corresponder à realidade. Quanto à competência, os principais candidatos apresentam condições para dirigir o país. Todavia, a grande diferença está na doutrina política que cada um deles se baseia na elaboração de seus planos de governo. Espero que meus novos amigos entendam a minha posição política e a respeite, como devo respeitar aqueles que têm um pensamento diferente do meu. Gostaria de finalizar dizendo uma máxima de Ghandi que diz assim: AQUILO QUE NÃO PODE SER PARA TODOS, EU NÃO QUERO PARA MIM...!

João da Cruz
Enviado por João da Cruz em 19/09/2010
Reeditado em 27/10/2010
Código do texto: T2507933
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